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Redação do Enem pede aluno engajado

Estudantes fazem prova no segundo dia do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). 07/11/2010Para professores, alunos precisam ler muito e praticar dissertações para fazer boa redação no Enem (Margarida Neide / Folhapress)

A redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) difere-se da redação proposta nos vestibulares tradicionais e requer um aluno mais engajado, segundo professores ouvidos pelo site de VEJA. A dissertação no Enem busca o conhecimento do candidato em relação à sociedade em que ele está inserido. “Os avaliadores esperam alguém com entendimento crítico e não apenas um bom texto”, afirma Vivian D’Ângelo Carreira, professora de gramática e redação do Cursinho do XI.

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Nesta segunda-feira, o governo lançou um guia sobre a redação do Enem 2012. É a primeira vez que o Ministério da Educação (MEC) publica um documento com orientações voltadas somente à redação. Ele traz informações sobre os novos critérios de correção da dissertação, além de exemplos de textos de participantes da edição anterior que conseguiram a nota máxima (1.000 pontos).
Temas envolvendo questões sociais, participação popular e regras de convivência em grupo ganham sempre destaque na prova. Por isso, Vivian explica que é bem-vindo mencionar dados ou eventos históricos no texto – desde que, obviamente, eles estejam relacionados ao tema proposto e o aluno tenha certeza sobre o que está escrevendo. Em 2012, ano de eleição municipal, ela fala sobre como o tema poderia ser abordado no Enem: “Não acredito em nada ligado ao pleito ou a candidatos especificamente, mas algo sobre direitos e deveres dos cidadãos cairia muito bem”.
A redação do Enem avalia cinco competências nos candidatos (confira a tabela). Diferentemente dos vestibulares tradicionais, pede que o aluno “elabore uma proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os limites dos direitos humanos”. Para Vivian, é o ponto em que os estudantes têm mais dificuldade: “Ainda que não mostre soluções, é importante ao aluno apontar caminhos ou formas de suavizar o problema relatado”.
Neste tópico, a dica do professor Francisco Platão Savioli, supervisor de português do Sistema Anglo de Ensino, é evitar a “terceirização do problema”. “É comum os alunos escreverem coisas como: ‘O governo precisa investir mais em educação’ ou ‘Se não diminuira corrupção, nada vai mudar'. Mas é preciso que o candidato tome a responsabilidade para si também e proponha algo transformador dentro do seu limite de ação”, afirma.
Dicas – Antes de iniciar a redação é preciso redobrar a atenção na leitura dos textos de apoio. Vivian sugere ao aluno ler a proposta da redação, fazer as anotações que julgar pertinentes, mas escrever o texto somente após responder às questões objetivas do exame. “A prova sempre tem questões ligadas ao tema da redação. O aluno volta para escrevê-la com mais informações e olhar crítico”, considera.
Para Savioli , o grande desafio aos candidatos é ler todos os textos com calma e saber relacioná-los. “Os alunos acabam fazendo uma leitura fragmentária e fugindo do tema. Lembrem-se: nada é independente. A prova de redação começa com uma boa prova de leitura”, diz. Docentes enfatizam que, para se aprimorar na técnica, não há segredos: ler muito e praticar fazendo redações constantemente.

Como será feita a correção da redação do Enem 2012
Passo 1: O primeiro avaliador atribui uma nota para cada uma das cinco competências exigidas pelo MEC. Cada competência vale 200 pontos e, portanto, a nota total do aluno pode variar de 0 a 1.000 pontos.
Passo 2: O segundo avaliador repete o processo do primeiro e atribui também uma nota de 0 a 1.000 à redação. Se houver concordância, a nota final será a média aritimética das duas notas.
Desempate Caso haja uma discrepância de 200 pontos entre as duas notas - ou uma diferença de 80 pontos em cada uma das competências avaliadas - um terceiro avaliador é convocado. Até 2011, a margem de diferença era de 300 pontos.
Passo 3: O terceiro avaliador analisa a redação e atribui a ela uma nota entre 0 e 1.000 pontos. Caso não haja discrepância entre o terceiro e pelo um dos outros avaliadores, a nota final será a média aritimética das duas notas que mais se aproximarem.
Desempate Caso persista a diferença de 200 pontos entre os três avaliadores anteriores, uma banca composta por três outros corretores será convocada.
Passo 4: Após a avaliação dos três integrantes, uma nova final será atribuída ao candidato.

Competências avaliadas no texto
Número 1: Demonstrar domínio da norma padrão da língua escrita.
Número 2: Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo.
Número 3: Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
Número 4: Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.
Número 5: Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.

As razões da nota zero
Razão 1: Não atender a proposta solicitada ou apresentar outra estrutura textual que não seja a do tipo dissertativo-argumentativo, o que configurará "fuga ao tema/não atendimento ao tipo textual".
Razão 2: Deixar a folha de redação em branco.
Razão 3: Escrever menos de sete linhas na folha de redação, o que configurará "texto insuficiente". Linhas com cópias do texto de apoio fornecido no caderno de questões não serão consideradas na contagem do número mínimo de linhas.
Razão 4: Escrever impropérios, fazer desenhos e outras formas propositais de anulação.
Fonte: http://veja.abril.com.br

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