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ESPORTE: Após três infartos, aposentado estreia na São Silvestre: 'Corrida me regenerou'

Imagem: Divulgação

O ano de 2005 está marcado negativamente na vida de João Fernandes Martins: ele teve três infartos e passou por quatro cirurgias. Em 2012, recuperado das operações, ele recebeu um ultimato da cardiologista: deveria emagrecer e fazer exercícios, ou não estaria ali para a próxima consulta.
João Fernandes começou a correr, tomou gosto pelo esporte e agora se prepara para a estreia na São Silvestre, sua prova de número 61. “A corrida me regenerou, me fez acordar para a vida e me rejuvenesceu”, diz o aposentado ao iG. “Tenho minhas rugas pela idade, mas o esporte me ajuda a ter músculos, me sentir jovem e sadio”, completa o homem de 57 anos.
Os sustos com os infartos fizeram João Fernandes mudar seus hábitos. Na época, aos 48 anos, era sedentário e estava acima do peso. Tinha uma rotina estressante como responsável pelo setor de reclamações e despachos da empresa de energia de Brasília e era fumante havia 30 anos. “O cigarro eu larguei quando entrei na UTI, no primeiro infarto”, conta.
Foi um mês de diferença entre o primeiro e o segundo infartos. Quando ainda estava internado, teve o terceiro. Em cada um, teve de implantar um stent (uma prótese de aço vazado e flexível que ajuda a alargar a artéria e contribuir para normalizar o fluxo sanguíneo). Seis meses depois, um desses stents tinha se fechado e foi necessário mais uma cirurgia.
Eu me considero um atleta pelo meu tempo nas corridas"
Depois disso, João Fernandes começou a praticar um pouco de exercício. “De 2006 a 2012 eu tive uma vida normal. Fazia pequenas caminhadas, estava tudo bem, mas, aos poucos, comecei a relaxar”, lembra. Ele estava acima do peso, em torno dos 80 kg (com 1,64 m de altura, atualmente ele pesa 69 kg), e inchado. E aí veio o alerta da cardiologista que o acompanhava nos exames de rotina. “Meus exames mostravam que estava começando a ter gordura nas veias de novo. A minha médica disse que, daquele jeito, eu não duraria nem seis meses. Aí me assustei”, conta. 
A virada veio em 2013. João participou de um sorteio em uma emissora de TV local de Brasília e ganhou a inscrição para uma prova de 5km. “Fui para a prova. Caminhei um pouco, dei umas corridinhas e completei em mais de 50 minutos. Gostei muito do ambiente, das pessoas É uma festa”, detalha. A partir daí, não parou mais. Hoje ele detém um recorde entre os corredores: é o atleta de corrida de rua com o maior número de stents no País e está no livro brasileiro dos recordes.
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João gosta de diversos tipos de corrida e se aventurou na lama e na terra no Desafio das Estrelas neste mês, em Brasília
“Melhorei meu tempo muito rápido e comecei a chamar a atenção. Eu escutava: ‘Como um senhor de 50 e poucos anos faz isso?’”, diz orgulhoso. A médica também se surpreendeu com a mudança de vida de João Fernandes. “Segundo os médicos, meu coração regenerou 100%. Geralmente quem tem infarto, o coração necrosa e não volta mais ao normal. O meu, a parte que tinha sido afetada, se recuperou”, afirma o aposentado.
A rotina do aposentado João Fernandes é agitada. Ele é casado, tem quatro filhos e uma netinha de três anos, com quem divide o tempo entre os exercícios. O aposentado acorda cedo, nada de 1500 a 2000 metros todos os dias. Além disso, faz musculação três vezes por semana e corre 10 km quase todas as noites. Ele também já tem patrocínio para as corridas e faz parte de um grupo em Brasília. “Eu me considero um atleta. Na Corrida dos Reis, no ano passado em Brasília, eu fiquei em 49º entre 20 mil participantes”, conta.
Já foram quatro meias maratonas (provas de 21 km) nesses dois anos de prática do esporte e outras diversas provas. Agora o objetivo é a estreia na São Silvestre, no dia 31 de dezembro. “É o sonho de todo corredor e comigo não é diferente. Apesar de serem apenas 15 km, é uma meta completar a prova porque é muita gente. Ou você se destaca logo no começo ou tem que passar boa parte da prova caminhando”, explica o corredor.
A estratégia é chegar cedo e garantir um lugar na largada logo depois do pelotão de elite. “Meu tempo máximo é de uma hora e meia. Mas se vencer a barreira de pessoas, acho que consigo um hora e 10 ou 12 minutos”, projeta.
A São Silvestre, para João, ainda será uma festa em família. “Tenho família próximo de São Paulo e já avisei sobre a corrida. Vou até ficar uns dias na casa deles. E eles vão me ver na linha de chegada”, comenta o aposentado.
Fonte:http://saude.ig.com.br/

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