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Pastor Silas Malafaia é alvo de operação que investiga fraude em royalties


Fabio Pozzebom/ Agência Brasil
Acusado de lavagem e ocultação de dinheiro, Malafaia foi alvo de condução coercitiva nesta manhã
A Polícia Federal deflagrou nesta sexta (16) a Operação Timóteo, com ações em 11 estados e no Distrito Federal. Estão sendo realizadas buscas e apreensões em 52 endereços relacionados a uma organização criminosa investigada por esquema de corrupção em cobranças judiciais de royalties da exploração mineral.

De acordo com informações dos jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, entre os investigados está o pastor Silas Malafaia, que foi alvo de condução coercitiva nesta manhã. Ele teria recebido valores do principal escritório de advocacia responsável pelo esquema e teria feito a lavagem deste dinheiro. Malafaia é também suspeito de emprestas contas de sua instituição, a Associação Vitória em Cristo, ligada à Assembleia de Deus, para ajudar a ocultar dinheiro.

Além das buscas, 300 policiais cumprem ainda 29 conduções coercitivas, quatro mandados de prisão preventiva, 12 mandados de prisão temporária, sequestro de três imóveis e bloqueio judicial de valores depositados que podem alcançar R$ 70 milhões. As ações ocorrem na Bahia, no Distrito Federal, em Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, no Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, Sergipe e no Tocantins.

A operação foi chamada de “Operação Timóteo” em referência a uma passagem do livro Timóteo, da Bíblia que diz que ” os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição, pois o amor ao dinheiro é raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram a si mesmas com muitos sofrimentos”.

Se dizendo indicando, Malafaia afirmou, por meio de sua página no Twitter, que está em São Paulo e irá se apresentar à Polícia. Em outras postagens, ele disse que recebeu uma oferta de R$ 100 mil de um membro da igreja de um amigo seu, o pastor Michael Abud. Para o pastor, a investigação é uma tentativa de demoralizá-lo perante a opinião pública.

“Não sei e não conheço o que ele faz. Tanto é que o cheque foi depositado em conta. Por causa disso sou ladrão? Sou corrupto? Recebo ofertas de inúmeras pessoas e declaro no Imposto de Renda tudo o que eu recebo. Quer dizer que se alguém for bandido e me der uma oferta, sem eu saber a origem, sou bandido? [...] Será que a Justiça não tem bom senso para saber que eu recebi um cheque de uma pessoa e isso me torna participante de crime? Estou indignado”, escreveu.

Segundo a PF, a Justiça Federal determinou também que os municípios envolvidos se abstenham de realizar quaisquer ato de contratação ou pagamento aos três escritórios de advocacia e consultoria sob investigação.

As provas recolhidas, de acordo com a PF, devem detalhar como funcionava o esquema em que um diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), “detentor de informações privilegiadas a respeito de dívidas de royalties“, oferecia os serviços de dois escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria a municípios com créditos em empresas de exploração mineral.

Até onde a Polícia Federal conseguiu mapear, a organização criminosa investigada se dividia em pelo menos quatro grandes núcleos:

- o núcleo captador, formado por um diretor do DNPM e sua esposa, que fazia a captação de prefeitos interessados em ingressar no esquema;

- o núcleo operacional, composto por escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria em nome da esposa do diretor do DNPM, que repassava valores indevidos a agentes públicos;

- o núcleo político, formado por agentes políticos e servidores públicos responsáveis pela contratação dos escritórios de advocacia integrantes do esquema;

- e o núcleo colaborador, que se responsabilizava por auxiliar na ocultação e dissimulação do dinheiro.”

“Entre uns dos investigados por esse apoio na lavagem do dinheiro está uma liderança religiosa, que recebeu valores do principal escritório de advocacia responsável pelo esquema. A suspeita a ser esclarecida pelos policiais é se esse líder religioso pode ter ‘emprestado’ contas correntes de uma instituição religiosa sob sua influência, com a intenção de ocultar a origem ilícita dos valores”.

A Operação Timóteo teve início em 2015, quando a então Controladoria-Geral da União enviou à PF uma sindicância que indicava incompatibilidade na evolução patrimonial de um dos diretores do DNPM. Apenas essa autoridade pública pode ter recebido valores que ultrapassam os R$ 7 milhões.

Com informações da Agência Brasil

Fonte: http://congressoemfoco.uol.com.br/

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