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Operação apreende quase R$ 200 mil na casa de presidente da Câmara de Petrópolis

Vereador Paulo Igor Carelli foi preso na Operação Caminho do Ouro e Dudu, outro parlamentar, está foragido. Foram encontrados R$ 155 mil e 10,3 mil dólares. Valores em real estavam divididos em maços e seriam destinados a políticos da região
Dinheiro encontrado na casa do presidente da Câmara Municipal de Petrópolis, vereador Paulo Igor da Silva Carelli (MDB) - Divulgação

Rio - A Operação Caminho do Ouro, que prendeu nesta quinta-feira o presidente da Câmara Municipal de Petrópolis, Paulo Igor Carelli, encontrou em sua casa quase R$ 200 mil, parte dele em dólares (10,3 mil). Os valores em reais estavam divididos em pequenos maços e seriam destinados a políticos da região. Outro vereador, Luiz Eduardo Francisco da Silva, o Dudu, está foragido. Os dois, o empresário Wilson da Costa Ritto Filho, o Júnior, e outras cinco pessoas foram denunciadas pelos crimes de fraude em licitação e peculato.

O dinheiro foi encontrado escondido na bomba da banheira de hidromassagem, em uma gaveta de uma mesa de cabeceira e dentro de um carro. Júnior foi alvo de mandados de busca e apreensão em sua casa e em uma de suas empresas.

Os agentes também encontraram uma enorme quantia em espécie em sua residência: R$ 235 mil. De acordo com o MPRJ, ele é ex-representante legal da empresa Elfe e também já foi vice-presidente do grupo Facitlity.

Os dois vereadores foram afastados de seus cargos pela Justiça. O DIA entrou em contato com o gabinete do vereador Dudu, que ainda não se pronunciou sobre o caso. A reportagem tenta contato com os representantes de Paulo Igor. 

Dinheiro estava dividido em maços e seriam destinados a políticos da região - Divulgação

A operação "Caminho do Ouro" foi realizada pelo Ministério Público do Rio (MPRJ), por meio da Subprocuradoria-geral de Justiça de Assuntos Criminais e de Direitos Humanos, e a Delegacia Fazendária (Delfaz) da Polícia Civil. 

Contra os parlamentares foram expedidos pela Justiça mandados de prisão preventiva. Além destes, a ação também cumpriu cinco mandados de busca e apreensão na Casa Legislativa, nas residências do presidente da Câmara e do empresário Wilson da Costa Ritto Filho, o Júnior, e numa de suas empresas. Outras cinco pessoas foram denunciadas pelo MPRJ, entre funcionários da Câmara e empresários.

Os mandados foram expedidos pela Justiça com base nas investigações do Grupo de Atribuição Originária em Matéria Criminal (Gaocrim/MPRJ) e conta com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ). A denúncia aponta que o presidente da Câmara, Paulo Carelli, com auxílio dos demais envolvidos, combinou com o Dudu uma forma de direcionar uma licitação de R$ 4,49 milhões para o empresário. O contrato foi firmado entre Câmara Municipal de Petrópolis e a empresa Elfe Soluções em Serviços LTDA.

O objeto contratual era extremamente amplo e consistia na prestação de serviços de limpeza, conservação, higienização, reprografia, vigia, jardinagem, copeiragem, recepção, telefonia, motorista, manutenção predial e operação de áudio e vídeo, além de fornecer todos os materiais de consumo, equipamentos e insumos necessários para as atividades dentro a casa legislativa pelo período de 12 meses, a contar do dia 1º de janeiro de 2012.

Paulo Igor (esquerda), presidente da Câmara Municipal de Petrópolis, foi preso em casa. Outro vereador, Dudu, não foi encontrado e está foragido - Montagem sobre divulgação

Segundo o MPRJ, Paulo Igor Carelli e seu ex-chefe de gabinete, o também denunciado Bruno Pereira Macedo, deixaram de dar publicidade ao processo licitatório, determinado por lei, e o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) também apontou outras irregularidades no certame. Segundo O TCE, foram consultadas para pesquisa de preços dos serviços a serem contratados pelo edital as mesmas três empresas que ofereceram propostas pelo contrato. Também foi identificado "sobrepreço" total na licitação de 25%.

Além das irregularidades apontadas pelo TCE-RJ, o Ministério Público apurou que os sócios das três empresas que apresentaram propostas no certame já pertenceram aos quadros societários umas das outras, e alguns tem vínculos de parentesco uns com os outros.


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O MPRJ relata que fica evidente as ilegalidades durante o processo licitatório, especialmente na falta de publicidade, que tinha como objetivo afastar o caráter competitivo do ato para direcionar o contrato em favor da sociedade do denunciado Júnior, a Elfe Soluções.

Empresário financiou 90% de campanha eleitoral

As investigações também apontaram que os vereadores Paulo Igor e Dudu mantinham estreito vínculo de amizade com o empresário Wilson Ritto Filho, o Júnior. Segundo o Ministério Público, ele foi responsável por financiar, por meio de doações, mais de 90% das campanhas eleitorais de Dudu para a Câmara de Vereadores em 2008, e para deputado estadual, em 2010.

A pedido do MPRJ, a Justiça quebrou os sigilos bancário e fiscal dos denunciados, além de afastar os vereadores de suas funções públicas.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Elfe informou que tem uma postura de total transparência e que vem prestando prontamente todos os esclarecimentos solicitados pela Justiça. A empresa acrescentou que, desde que o referido contrato foi encerrado em 2012, não tem mais nenhum contato com qualquer órgão da administração pública direta de Petrópolis. Ainda segundo a nota, Júnior se afastou da empresa em 2015.

Com informações da Agência Brasil 

Fonte: https://odia.ig.com.br/rio-de-janeiro/2018/04/5530841-operacao-apreende-quase-r-200-mil-na-casa-de-presidente-da-camara-de-petropolis.html#foto=1

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