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Congresso dos EUA vê Bolsonaro como ameaça ambiental e à democracia. Documento de análise da relação entre Brasil e Estados Unidos foi distribuído a congressistas e ressaltou diferenças com o governo Trump

trump e bolsonaro
Alan Santos/PR
Congresso dos EUA vê Bolsonaro como ameaça ambiental e à democracia em relatório que cita preocupação com parcerias
A nova versão do documento de análise interna da relação entre Brasil e Estados Unidos, feita pelo Congresso norte-americano, não é nada boa para o presidente Jair Bolsonaro, apontado como ameaça ao meio ambiente e à democracia brasileira.

O relatório feito pelo Serviço de Pesquisa do Congresso (CRS, na sigla inglesa) diz que Bolsonaro traz riscos à democracia, aos direitos humanos e ao ambiente. Peter J. Meyer, especialista em América Latina que assina o documento, diz que "Apesar de parecer haver considerável apoio no Congresso para formar uma parceria estratégica de longo prazo com o Brasil, muitos membros [do Legislativo] podem relutar em fazer avançar grandes acordos comerciais bilaterais ou iniciativas de segurança no curto prazo" por conta das preocupações que o presidente brasileiro representa.

O órgão responsável pelo relatório repassado aos congressistas norte-americanos não tem relação direta com nenhum dos partidos dominantes no cenário político dos Estados Unidos, o republicano, do presidente Donald Trump , e o democrata, de Joe Biden, principal concorrente na corrida presidencial deste ano, e também de Barack Obama, antecessor de Trump.

Criado em 1914, o CRS informa 435 membros da Câmara e 100 do Senado sobre temas que são discutidos por eles com análise especializada em diversos assuntos, como, neste caso, o Brasil sob Bolsonaro."As relações se aproximaram desde 2019, já que a política externa do presidente Bolsonaro priorizou o alinhamento à administração Trump. Mesmo assim, diferenças de políticas surgiram acerca de questões sensíveis", diz o texto. Barreiras de comércio bilateral e a relação com a China, principal parceira comercial do Brasil e adversária estratégica dos norte-americanos, são apontados como destaques entre os pontos que impedem uma relação mais estreita entre Brasil e EUA.

O documento cita ataques de Bolsonaro a setores de oposição, à mídia, o STF e o Congresso Nacional e contextualiza o Brasil desde que o presidente tomou posse, em janeiro de 2019, citando as conturbadas eleições presidenciais em 2018 e o forte discurso antipetista de Bolsonaro.

O negacionismo do presidente em relação ao novo coronavírus (Sars-Cov-2) e seu tratamento com a pandemia também são listados como pontos negativos e que geram preocupação para parcerias e estreitamento de relações. Infectado com o novo coronavírus e com sintomas da Covid-19 , Bolsonaro diz que toma cloroquina, remédio sem eficácia científica comprovada contra a doença e não recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

"A politização da pandemia e a falta de coordenação entre diferentes níveis de governo podem ter contribuído para a resposta ineficaz do país", diz o relatório, citando o fato de o Brasil ser o país mais próximo dos EUA em casos confirmados e óbitos pela Covid-19.

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