Prefeito Raimundo Angelim decreta situação de emergência na Capital
Se o nível do rio continuar subindo, será decretado estado de calamidade pública
O
prefeito Raimundo Angelim decretou situação de emergência em Rio
Branco, durante entrevista coletiva concedida na manhã de hoje, 16. O
decreto foi feito por conta do aumento do nível do Rio Acre. Na última
medição feita, o rio já estava com 16 metros e 36 centímetros,
ultrapassando quase 2 metros da cota de transbordamento. Até agora, 503
famílias estão abrigadas no Parque de Exposições, totalizando 1960
pessoas.
De acordo com o major George, da Defesa Civil, em janeiro choveu 56%
acima da média. Já nos 16 dias de fevereiro, choveu 76%. “Com as
‘cabeceiras’ enchendo (Riozinho do Rôla, Xapuri, Assis Brasil e Alto
Acre), a grande quantidade de chuva faz o nível de o rio estar há 52
dias acima da cota de alerta, comportando-se como na pior enchente da
sua história, que aconteceu em 1997”. O nível está sendo monitorado de 3
em 3 horas, mas em alguns municípios é impossível. “Em Assis Brasil e
no Riozinho do Rola a água cobriu as réguas de medição, não sabemos mais
em quantos metros está”, afirmou o major.
O bairro Taquari é um dos mais atingidos. Só do local são 222
famílias abrigadas no parque. Segundo o coronel Gilvan Vasconcelos,
coordenador municipal da Defesa Civil, o espaço está sendo ampliado para
receber mais famílias. “Equipes estão colocando tendas no
estacionamento para alojarmos todos. Caso o espaço seja pequeno,
usaremos também o Ginásio Coberto”.
O governador em exercício, César Messias, afirmou que o governo está
firmando parcerias para ajudar na retirada das famílias. “Hoje, iremos
nos reunir com os comandantes do 4º Bis, 7º Bec, Polícia Militar e do
Corpo de Bombeiros”.
O prefeito afirmou que, com o decreto, a Defesa Civil poderá entrar
nas residências. “Mesmo se o morador não consentir, iremos entrar a
qualquer hora do dia ou da noite. Temos de prestar socorro e preservar
vidas”. Além disso, nesta sexta-feira irá ocorrer uma nova reunião entre
a Defesa Civil, governo e prefeitura. “Se for necessário, irei decretar
estado de calamidade pública”, afirmou Raimundo Angelim.
Apesar de o decreto da prefeitura obrigar a saída das famílias, um
grupo de 20 moradores do Preventório fez protestos na manhã de ontem se
recusando a deixar seus lares. Em condições precárias, as suas casas
podem desabar a qualquer hora. No local, a Defesa Civil já catalogou 26
famílias para a remoção, mas, até ontem, só 10 haviam sido retiradas.
Famílias estão sendo retiradas da Baixada do Habitasa
Desde
a última quarta-feira, famílias da Baixada do Habitasa pediram socorro.
Equipes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil ajudaram na retirada
dos pertences dos moradores. Alguns ainda se recusam a sair do local.
Adriana da Silva, moradora do bairro, informou que estava na casa da
mãe quando recebeu a ligação dos vizinhos. “Nunca tinha entrado água na
minha casa. Estava cuidando da minha mãe e ontem meus vizinhos ligaram,
dizendo que estava subindo bem rápido. Quando eu cheguei, já não dava
mais tempo de salvar nada. Perdi tudo!”.
Marisanta da Silva, 30 anos, disse que não vai para o Parque de
Exposições. “Trabalho aqui perto e não posso ir para o parque. Não sei
para aonde vou e o pior é que minha casa vai cair. Já está toda torta”,
afirma a moradora.
Bairros atingidos:
Seis
de Agosto, Ayrton Senna, Adalberto Aragão, Aeroporto Velho, Terminal da
Cadeia Velha, Baixada do Habitasa, Base, Conjunto Jardim Tropical, Boa
União, Glória, Cadeia Velha, Cidade Nova, Palheiral, Triângulo Novo,
Taquari e Quinze.
Carnaval cancelado?
Diante do triste cenário gerado pela alagação, a juíza titular da Vara de Execução Fiscal de Rio Branco, Mirla Regina Cutrim, sugeriu que o carnaval de Rio Branco fosse cancelado em solidariedade aos desabrigadas. A magistrada sugeriu que os gastos com as folias de Rio Branco fossem revertidos para custear o auxilio às famílias atingidas pela cheia do rio.
Já em Assis Brasil, o carnaval popular já foi cancelado. A suspensão
foi anunciada ontem, pela prefeita Eliane Gadelha, após o rio cobrir
ruas do município. O carnaval popular ainda pode acontecer lá, mas só se
o rio começar a baixar o seu volume.
Fonte: http://www.agazetadoacre.com/
Nenhum comentário
Postar um comentário