Desmobilização e desemprego nas obras da BR 364; ETAN vai deixar o canteiro de obras
O engenheiro Marcus Alexandre está ameaçado de enfrentar uma das
piores crises de sua administração nas obras de pavimentação da BR 364.
Depois da empresa Construmil ter declarado falência, a ETAN anunciou que
vai deixar o canteiro de obras. Outras duas empresas que deveriam
executar a manutenção dos trechos contratados em média por R$ 2, 8
milhões o quilômetro pavimentado, a CANTER e JM Terraplanagem e
Construção, fecharam as porteiras dos acampamentos e não mantém nem
vigia nos trechos. A JM é uma das empresas supostamente envolvidas no
escândalo Cachoeira, investigado pela Policia Federal. Funcionários do
Deracre fazem uma operação tapa buracos na região mais perigosa entre os
municípios de Sena Madureira e Feijó.
Os
maiores problemas do início deste ano enfrentados pelo Deracre estão
por conta do não alinhamento político entre a presidente Dilma Rousseff e
o governador Sebastião Viana. Os efeitos práticos do chamado
contingenciamento de recursos anunciados pelo governo federal e que
atinge em cheio os planos do Palácio Rio Branco com a rodovia 364 para
este ano, são visíveis na desmobilização dos canteiros de obras.
O rolo começa desde o acampamento da Construmil, nos primeiros metros da ligação entre Sena Madureira e Manoel Urbano. Dias antes de declarar falência, pagamentos na ordem de R$ 2 milhões foram efetuados pelo engenheiro Marcus Alexandre à empresa. Os dados estão disponíveis no Portal da Transparência do Estado. Trazida ao Acre pelo ex-governador Jorge Viana, a Construmil deixou dívidas ao longo da BR somadas em mais de R$ 20 milhões. Embora o pátio da empresa continue cheio de equipamentos, nenhum funcionário ficou para fazer a manutenção das crateras que se abriram ao longo da BR.
Outro canteiro de obras do grupo JM Terraplanagem e Construção, ligado a família da Construmil foi abandonado. No local não ficou nenhuma máquina. O portão de entrada está no cadeado. A JM deveria manter homens e equipamentos para manutenção do trecho de sua responsabilidade. Entre valores brutos emitidos para pagamentos no dia 24 de fevereiro deste ano, a empresa apresentou créditos de R$ 97 mil.
A MAV Construções é quem executa o asfaltamento do trecho da JM. A empresa do contraventor Cachoeira foi contratada por Marcus Alexandre apenas para os serviços de terraplanagem entre Sena Madureira e Manoel Urbano. E recebeu bem por isso.
Pelo contrato de pavimentação do trecho de divisa de Rondônia com o entroncamento da 090, já foi pago generosos R$ 23 milhões em valores brutos à empresa ETAN ligada ao grupo Cameli e de propriedade de Eládio Cameli, irmão do ex-governador Orleir Cameli e pai do deputado federal Gladson Cameli. Do grupo é a empresa que mais abocanhou recursos federais. O lote que a empresa é responsável tem trechos apenas com asfalto tratado. É um dos mais perigosos na atualidade.
Até agora não se sabe os reais motivos que levaram a ETAN decidir sair do canteiro de obras assim que concluir o contrato com o Deracre. Essa semana, o presidente regional do Partido dos Trabalhadores – PT, Léo de Brito, hostilizou o deputado federal Gladson Cameli. “A ETAN vai sair definitivamente do Acre”, disse uma pessoa de confiança ligada ao deputado.
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Sem
garantia de liberação de recursos, a empresa do grupo Cameli cancelou
contratos com terceirizados, o gerente no Acre não sabe quando iniciará
as obras este ano. “Vai depender de recursos federais, o Deracre disse
que tem mais não deu garantias de quando serão liberados” disse Gildemar
dos Santos. A ETAN é responsável pela pavimentação entre os quilômetros
403,92 e 417,42, um contrato de R$ 38 milhões.
De acordo com o que a reportagem apurou, somente com uma terceirizada da área de alimentação, 50 trabalhadores foram demitidos depois do cancelamento do contrato na última sexta-feira (04).
A Colorado, empresa de propriedade do ex-governador Orleir Cameli, faturou R$ 20 milhões pelas obras na rodovia 364 somente este ano.
Sebastião Viana garantiu inaugurar a BR 364 entre julho e agosto deste ano
Na guerra mental e sem grandes obras em seu governo, a BR 364 é a principal peça de marketing utilizada pelo publicitário Gilberto Braga. Segundo a agência de notícias do Acre, o governador Sebastião Viana aguarda pela liberação de R$ 60 milhões para a conclusão dos trabalhos de pavimentação da rodovia. Os recursos estão previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ainda de acordo a agência a inauguração da BR 364 acontece entre os meses de julho e agosto deste ano em ato que contará com a presença da presidente Dilma Rousseff.
Se confirmado, Sebastião Viana quebrará dois mitos: primeiro o de conclusão da ligação entre Rio Branco e Cruzeiro do Sul, uma obra que dura 13 anos; o segundo e mais agudo, seria a vinda da presidente Dilma Rousseff no Acre.
O rolo começa desde o acampamento da Construmil, nos primeiros metros da ligação entre Sena Madureira e Manoel Urbano. Dias antes de declarar falência, pagamentos na ordem de R$ 2 milhões foram efetuados pelo engenheiro Marcus Alexandre à empresa. Os dados estão disponíveis no Portal da Transparência do Estado. Trazida ao Acre pelo ex-governador Jorge Viana, a Construmil deixou dívidas ao longo da BR somadas em mais de R$ 20 milhões. Embora o pátio da empresa continue cheio de equipamentos, nenhum funcionário ficou para fazer a manutenção das crateras que se abriram ao longo da BR.
Outro canteiro de obras do grupo JM Terraplanagem e Construção, ligado a família da Construmil foi abandonado. No local não ficou nenhuma máquina. O portão de entrada está no cadeado. A JM deveria manter homens e equipamentos para manutenção do trecho de sua responsabilidade. Entre valores brutos emitidos para pagamentos no dia 24 de fevereiro deste ano, a empresa apresentou créditos de R$ 97 mil.
A MAV Construções é quem executa o asfaltamento do trecho da JM. A empresa do contraventor Cachoeira foi contratada por Marcus Alexandre apenas para os serviços de terraplanagem entre Sena Madureira e Manoel Urbano. E recebeu bem por isso.
Pelo contrato de pavimentação do trecho de divisa de Rondônia com o entroncamento da 090, já foi pago generosos R$ 23 milhões em valores brutos à empresa ETAN ligada ao grupo Cameli e de propriedade de Eládio Cameli, irmão do ex-governador Orleir Cameli e pai do deputado federal Gladson Cameli. Do grupo é a empresa que mais abocanhou recursos federais. O lote que a empresa é responsável tem trechos apenas com asfalto tratado. É um dos mais perigosos na atualidade.
Até agora não se sabe os reais motivos que levaram a ETAN decidir sair do canteiro de obras assim que concluir o contrato com o Deracre. Essa semana, o presidente regional do Partido dos Trabalhadores – PT, Léo de Brito, hostilizou o deputado federal Gladson Cameli. “A ETAN vai sair definitivamente do Acre”, disse uma pessoa de confiança ligada ao deputado.
De acordo com o que a reportagem apurou, somente com uma terceirizada da área de alimentação, 50 trabalhadores foram demitidos depois do cancelamento do contrato na última sexta-feira (04).
A Colorado, empresa de propriedade do ex-governador Orleir Cameli, faturou R$ 20 milhões pelas obras na rodovia 364 somente este ano.
Sebastião Viana garantiu inaugurar a BR 364 entre julho e agosto deste ano
Na guerra mental e sem grandes obras em seu governo, a BR 364 é a principal peça de marketing utilizada pelo publicitário Gilberto Braga. Segundo a agência de notícias do Acre, o governador Sebastião Viana aguarda pela liberação de R$ 60 milhões para a conclusão dos trabalhos de pavimentação da rodovia. Os recursos estão previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ainda de acordo a agência a inauguração da BR 364 acontece entre os meses de julho e agosto deste ano em ato que contará com a presença da presidente Dilma Rousseff.
Se confirmado, Sebastião Viana quebrará dois mitos: primeiro o de conclusão da ligação entre Rio Branco e Cruzeiro do Sul, uma obra que dura 13 anos; o segundo e mais agudo, seria a vinda da presidente Dilma Rousseff no Acre.
Jairo Carioca,
da redação de ac24horas
jscarioca@globo.com
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