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Hoje é Dia do início da Revolução Acreana

Hoje, segunda-feira, 6 , a Revolução Acreana completa 110 anos. O dia 06 de Agosto é a data em que o Acre comemora sua revolução. 
Data a história que neste dia o gaúcho militar José Plácido de Castro, enviado pelo governador Silvério Néri para dar início à retirada dos bolivianos, iniciou os confrontos obtendo êxito.

A Revolução de Seis de Agosto

Povoado do Xapury, que em 1902 era chamado de Mariscal Sucre pelos bolivianos – Álbum do Rio Acre 1906-1907
O administrador de uma pequena vila boliviana instalada em Xapuri ainda dormia quando Plácido de Castro entrou no prédio da intendência do local na madrugada do dia 6 de agosto de 1902, data em que a Bolívia e seus moradores comemorariam com festa o dia da independência do país. Na vila não seria diferente.
Sonolento, ao ouvir barulhos e se deparar com um homem na sua frente, o intendente afirmou: “É cedo para a festa”, ao que Plácido respondeu: “Não é festa, mas revolução”. Sem nenhum tiro dado e nenhuma vida perdida, os seringueiros tomaram Xapuri dos bolivianos e novamente foi proclamado o Estado Independente do Acre - a exemplo do que fizera Luiz Galvez três anos antes.
O episódio ficou marcado como a luta símbolo do processo de anexação do Acre ao Brasil. Assim, adotou-se o 6 de agosto como a data oficial da chamada Revolução Acreana. Hoje, o histórico episódio completa exatos 110 anos e, como em todos os aniversários da batalha, foi decretado oficialmente feriado em todo o Estado.
A luta para barrar a tentativa de domínio boliviano por estas terras começou em maio de 1899 com o cearense José de Carvalho e finalizou apenas em janeiro de 1903, com Plácido, após a tomada de Puerto Alonso – antiga denominação para o atual município de Porto Acre. Mas, para os historiadores, a batalha ocorrida em 6 de agosto foi uma das mais importantes para a anexação do Acre ao Brasil.
A Revolução Acreana foi a disputa pelo território do que hoje é o Acre entre Brasil, Bolívia e Peru.
No final do século XIX, a região que hoje conhecemos como estado do Acre passou por momentos de muita instabilidade. Três países tinham interesse no território: Brasil, Bolívia e Peru. O embate entre os três passou para o campo de batalha e gerou um conflito que durou aproximadamente quatro anos.
Os bolivianos que ocupavam a região foram expulsos e o governador do Amazonas, Ramalho Júnior, organizou uma invasão do território liderada pelo espanhol Luiz Gálvez Roreíguez de Arias. A expedição de Gálvez declarou o Acre como uma República independente em 1899. Mas o Brasil reconhecia o Acre como território boliviano, enviou então uma tropa para dissolver a Revolução Acreana.
A Bolívia decidiu reagir, organizou também uma expedição militar para conquistar o território. Foram, no entanto, os seringueiros que trabalhavam no local que impediram o avanço dos bolivianos. Para completar, o governador Silvério Néri, do Amazonas, enviou outra expedição de defesa que declarou pela segunda vez o Acre como uma República independente, em 1900. Rodrigo Carvalho assumiu o cargo de presidente.
Brasileiros e bolivianos, contudo, continuaram em guerra pela região. O avanço militar dos bolivianos fez com que a segunda República Acreana fosse dissolvida. Passara-se apenas um mês de sua declaração.
Já em 1902, Silvério Néri enviou um militar gaúcho, José Plácido de Castro, para reconquistar o território do Acre. A investida das tropas lideradas pelo gaúcho caracteriza especialmente a chamada Revolução Acreana. A nova expedição obteve grande sucesso e conquistou rapidamente toda a região. Em 1903 foi declarada pela terceira vez a República do Acre, mas dessa vez dois importantes indivíduos declararam apoio à independência, o presidente Rodrigues Alves e o Ministro do Exterior Barão do Rio Branco. O Acre foi ocupado então por um governo militar sob comando do general Olímpio da Silveira.
Os bolivianos mais uma vez tentaram reagir, novas tropas foram enviadas pelo general Pando. Todavia, a diplomacia brasileira não permitiu que combates significativos acontecessem nesta ocasião. Antes das batalhas, representantes dos governos do Brasil e da Bolívia se reuniram para assinar no dia 21 de março de 1903 um tratado de paz inicial. Ao final do mesmo ano, em 17 de novembro, o tratado definitivo foi assinado.
O Tratado de Petrópolis estabeleceu o fim do confronto entre brasileiros e bolivianos pelo território do Acre. A negociação de paz foi muito bem conduzida pelo ministro Barão do Rio Branco e resultou na concessão, por parte da Bolívia, da região acreana. Em troca, o Brasil cedeu parcela do território do Mato Grosso e ainda pagou dois milhões de libras esterlinas. A Bolívia ainda requisitou a construção da ferrovia Madeira-Mamoré para permitir o escoamento da produção, especialmente marcada pela borracha.
No ano de 1904 o Tratado de Petrópolis foi regulamentado por lei federal e o Acre passou a fazer parte oficialmente do território brasileiro, mas somente em 1962 que o Acre foi considerado estado brasileiro.

* Historiador; Mestrando em História na linha "Poder, Mercado e Trabalho"; Professor de História, de Francês e de Inglês; Editor-assistente da Revista Contemporâneos; Pesquisador do Laboratório de História Política e Social (LAHPS) e do Laboratório de Estudos e Pesquisas da Contemporaneidade (LEPCON); Sócio-proprietário da empresa de consultoria e publicidade gastronômica "Deguste a Dois"; 
Fonte: http://www.anibaldiniz.com.br

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