Eleições 2012: Ministério Público pede condenação de candidatos majoritários em Feijó
O Ministério Público
Eleitoral ingressou com uma ação contra o prefeito de Feijó e candidato à
reeleição Raimundo Ferreira, o Dindin, e seu vice, Rosaldo Firmo de
Aguiar França. Além dos políticos, foi acionado o presidente da
Associação Pró-Saúde Rádio FM Feijó, radialista Antônio Messias Nogueira
de Souza, por ter sido beneficiado pelo ato de contratação de serviços
de publicidade sem licitação.
Segundo o MPE, o prefeito assinou sem
licitação ou qualquer procedimento de dispensa ou inexigibilidade o
Contrato nº263/2012 com a Associação Pró-Saúde Rádio FM Feijó. O
contrato, com valor global de R$14.000,00 (quatorze mil reais), prevê o
pagamento mensal de R$2.000,00 (dois mil reais) ao contratado para
prestar serviços de divulgação. Além disso, o radialista recebia R$ 3
mil mensais, e ainda, R$ 2 mil que não estavam previstos no contrato.
De acordo com o promotor Bernardo
Fiterman Albano, o ato sequer foi publicado no Diário Oficial e tinha
por finalidade apenas beneficiar o prefeito. “O contrato completamente
ilegal em sua forma, pois realizado sem qualquer procedimento
licitatório, ou procedimento de dispensa ou inexigibilidade, realizado
“por baixo dos panos” ausente sequer sua publicação no Diário Oficial e
potencialmente criminoso, por ofensa ao art.89 da Lei nº8.666/962, teve
por fim sua finalidade desviada com o intuito de beneficiar o Prefeito
Municipal em sua reeleição”, diz na ação.
No dia 26 de setembro de 2012, faltando
onze dias para as eleições, Antônio Messias, em seu programa matutino de
grande audiência na cidade de Feijó, por quase uma hora e meia ficou
descrevendo a vida de sofrimento e vitória do candidato Dimdim Pinheiro.
No dia seguinte, o radialista concedeu ao prefeito um espaço, à revelia
da Justiça Eleitoral. “(…) não uma entrevista, mas um verdadeiro
comício difundido por rádio. Por mais de meia hora sem interrupção
Dimdim, falando de si na terceira pessoa, pôde falar tudo o que quis e
deu na telha em detrimento aos demais candidatos, ferindo de morte a
igualdade do pleito eleitora”, acrescenta o promotor.
Para o MPE houve abuso do poder
econômico e político. Por isso, foi requisitada da Prefeitura Municipal
de Feijó, através do Prefeito cópia dos pagamentos realizados nos anos
de 2010 até a presente data. Além disso, o promotor pede que seja
declarada a inelegibilidade dos representados, que se condenados,
ficarão oito anos impedidos de disputar cargos eletivos, terão o
registro ou diploma cassado.
O pedido de cassação do registro do
candidato a vice-prefeito Rosaldo Firmo de Aguiar se baseia no fato de
que ele também foi beneficiado diretamente pelo desvio e abuso do poder
político e de autoridade.
Fonte: www.mp.ac.gov.br/
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