Como vão as suas oito saúdes? Especialistas dão dicas para manter em dia as áreas essenciais da vida: física, espiritual, intelectual, familiar, profissional, financeira, social e ecológica
"Saúde para dar e vender". Mesmo o verso da mais popular canção de
fim de ano vem precedido dos desejos de "muito dinheiro no bolso". Saúde
é importante, mas não é só da saúde física que precisamos na vida. O
especialista Rodrigo Fonseca ministra treinamentos sobre inteligência
emocional há 15 anos e adota um conceito que define oito saúdes em
diferentes áreas-chave: física, espiritual, intelectual, familiar,
profissional, financeira, social e ecológica.
Para o especialista, as saúdes mais negligenciadas costumam ser a
familiar, a social e a ecológica: “Hoje em dia temos que cuidar do
desperdício de água e das emissões de carbono. A saúde social nada mais é
do que ajudar o outro sem querer nada em troca. E a saúde familiar anda
descuidada porque fica cada um na sala vendo tv, ou com seus laptops e
smartphones. Falta atenção e reconhecimento. O ser humano existe em
função disso”.
Cada saúde tem seus sinais de alerta. Veja abaixo quais
são e como você pode agir para equilibrá-la novamente e fazer sua roda
girar.
1. Saúde física –
“Quem não se alimenta bem e não se exercita fica em uma angústia danada
ou explode de bobeira”, diz Rodrigo. Busque atividades que lembrem o
que lhe dava prazer na infância. Para Saulo Batista, coordenador técnico
do Studio Jungle Brazil, isso funciona porque a atividade física está
ligada ao lado emocional: “Corrida com obstáculos remete a brincar de
pique. Sei de gente que voltou a andar de patins e tenho alunos que
praticam slackline [atividade na qual uma pessoa anda sobre uma fita estendida entre duas árvores],
exercício que requer muita concentração e equilíbrio”.
A espiritualidade, em qualquer manifestação, é uma das áreas a ser cuidada - Getty Images
2. Saúde espiritual –
Quando a ansiedade se torna uma presença constante, pode ser que a sua
saúde espiritual esteja cobrando um pouco mais de atenção. “Vivemos em
um ritmo tão corrido, que é comum as pessoas recorrerem à
espiritualidade apenas quando estão vivendo alguma situação de crise.
Por que não gastar algum tempo com isso todos os dias? Independentemente
de suas crenças religiosas ou espirituais, você pode exercitar a fé e
realizar algum tipo de meditação”, sugere Karyne M. Lira Correia, mestre
em psicologia e consultora em desenvolvimento profissional.
3. Saúde intelectual –
Sem novas ideias, sempre cansado, sem disposição para ler ou para se
concentrar em atividades rotineiras? “Para reequilibrar essa área é
simples: mantenha-se informado. Adquira o hábito da leitura e procure
coisas novas, que te deem motivação e estímulo”, aponta Elisa Meireles
Andrade, coordenadora do curso de Psicologia na Anhanguera UNIBAN.
4. Saúde financeira –
Um sinal de que essa área não vai bem é comprar algo e logo em seguida
enfrentar o temor sobre como se vai pagar. Fábio Gallo, professor de
finanças da PUC/SP e da FGV/SP, avalia que o objetivo de poupar é estar
preparado para uma emergência, para a aposentadoria e consumir com
prazer - ou seja, sem preocupações quanto ao pagamento. O nível de
economia varia de acordo com o estilo de vida e a renda de cada um. Como
um bom investimento para este ano, Fábio sugere os títulos do Tesouro
Nacional do tipo NTN-B, que são uma opção mais conservadora e oferecem
rendimentos de 3% a 4% ao ano mais a inflação medida pelo IPCA (Índice
de Preços ao Consumidor Amplo) e nos quais se pode investir a partir de
R$ 200.
5. Saúde familiar –
Se o diálogo entre pais e filhos acontece mais por e-mail do que no
olho no olho, o relacionamento familiar dá sinais de desgaste. Para
recuperar os laços e os valores familiares é preciso uma aproximação
gradativa. “Comece a organizar coisas pra fazerem juntos. Peça a opinião
do outro. Dê um ‘bom dia’. Se coloque à disposição para conversar. Faça
um carinho despretensioso, sem caracterizar algo artificial” sugere
Priscila Recco, coach e especialista em Programação Neurolinguística.
Saúde familiar: convívio em harmonia - Getty Images
6. Saúde profissional –
Quem não vê mais desafios ou fica indiferente às mudanças que surgem no
trabalho deve ficar atento. A tendência, segundo a coaching executiva
Daniela do Lago, é que se culpe o trabalho quando o desconforto pode ser
reflexo de problemas em outra saúde. Alguém que não sabe administrar o
salário, por exemplo, pode achar que é o trabalho que não paga bem.
“Quanto mais você puder alinhar a sua missão no trabalho com os seus
talentos, melhor. Seja proativo e busque o que for melhor para você,
seja em condições de trabalho, seja quanto à satisfação pessoal”.
7. Saúde social –
Independência em excesso pode virar solidão. “O indivíduo bem
integrado, com uma rede ampla de contatos sociais, adoece menos”,
analisa a psicóloga Heloísa Fleury. Para reequilibrar esse setor,
interesse-se mais pelas pessoas para preservar as amizades e ter
relacionamentos mais verdadeiros. “Pertencer a um grupo, a uma
comunidade, é ter responsabilidade social. O trabalho voluntário é uma
forma de colaborar”, sugere ela.
8. Saúde ecológica –
Se você não lembra quando foi a última vez em que dispensou a sacolinha
plástica no supermercado, preste atenção. Esta saúde pode estar sendo
negligenciada. Desenvolver a saúde ecológica é questão de prática e
envolve o questionamento se realmente precisamos de algo e qual a sua
origem. “Se eu vou comprar determinado alimento e ele é produzido a 50
quilômetros da minha cidade, terá um impacto menor de que um que venha
de 500 quilômetros de distância porque estarei mobilizando menos
recursos para obtê-lo”, exemplifica Flávio de Sousa, coordenador do
curso de ciências biológicas do Centro Universitário de Brasília (UDF).
Fonte: http://delas.ig.com.br
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