ELEIÇÕES 2018: Quem são os 13 candidatos à Presidência da República
Ao final do período de registros no TSE, nesta quarta-feira, disputa pelo Palácio do Planalto tem maior número de candidatos desde 1989
Os candidatos à Presidência da República: Álvaro Dias (Podemos), Henrique Meirelles (MDB), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Lula (PT), Jair Bolsonaro (PSL), Guilherme Boulos (PSOL), Cabo Daciolo (Patriota), Marina Silva (REDE), João Amoêdo (NOVO), João Goulart Filho (PPL), Eymael (DC), e Vera Lucia (PSTU) (TSE/Divulgação)
Terminado o prazo para o registro de candidaturas à Presidência da Repúblicano Tribunal Superior Eleitoral (TSE), às 19h desta quarta-feira, 15, a corrida pelo Palácio do Planalto de 2018 tem, oficialmente, 13 candidatos. É o maior número em eleições presidenciais no Brasil desde 1989, a primeira da redemocratização, quando foram 22 os presidenciáveis.
Além de PT e PSDB, que polarizam as disputas pelo Planalto desde 1994, a eleição de 2018 terá um candidato do MDB após 24 anos, um do PDT depois de 12 anos e a estreia da Rede Sustentabilidade, criada em 2015, no cenário nacional.
Também estarão representados na urna com cabeças de chapa o PSOL, que vem lançando candidatos à Presidência em todos os pleitos desde 2006, PSL, PPL e PSTU, além de partidos que aderiram à tendência de abolirem siglas como nome: Podemos, Novo, Democracia Cristã e Patriota.
Veja abaixo quem são os candidatos à Presidência:
Alvaro Dias (Podemos)
Ex-governador do Paraná e senador em terceiro mandato, Alvaro Dias(Podemos), 73 anos, concorrerá à Presidência pela primeira vez. Apostando no discurso de “refundar a República” e na promessa de que convidará o juiz federal Sergio Moro para ser seu ministro da Justiça, Dias tem como principal força a região Sul do país. Conforme a pesquisa VEJA/Ideia Big Data, ele lidera na região, com 23% das intenções de voto. Pouco conhecido nas demais regiões, Dias tem 4% da preferência no país, segundo o levantamento.
O vice de Alvaro Dias é o ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Paulo Rabello de Castro (PSC), de 69 anos. Além do partido de seu companheiro de chapa, a coligação encabeçada por Dias inclui os nanicos PRP e PTC.
Cabo Daciolo (Patri)
O candidato à Presidência da República, Cabo Daciolo (Patriota), durante o debate presidencial na TV Bandeirantes - 09/08/2018 (Nelson Almeida/AFP)
O Patriota não fez aliança para a eleição presidencial. É a chamada chapa "puro sangue", quando há um único partido. O candidato foi eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro nas eleições de 2014. Integrante do Corpo de Bombeiros, Cabo Daciolo, 42 anos, foi filiado ao PSOL, PTdoB e ao Avante. Nascido em 1976, na cidade de Florianópolis, é casado com Cristiane Daciolo e tem três filhos. Bombeiro, ganhou notoriedade em 2011 por liderar a greve da categoria no Rio de Janeiro. Foi lançado pré-candidato em 28 de março de 2018 pelo Patriota, antigo PEN. Não apresentou lista de bens ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Vice: Suelene Balduino (Patri)
Ciro Gomes (PDT)
O ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes, 60 anos, está de volta à disputa pela Presidência após 16 anos. Filiado ao PDT, depois de passar por seis partidos, Ciro havia concorrido ao Planalto em 1998 e 2002, pelo PPS, e não chegou ao segundo turno em nenhuma das duas ocasiões. Com 7% das intenções de voto no cenário sem Lula, conforme a pesquisa VEJA/Ideia Big Data, o pedetista pode ter sua candidatura “esvaziada” à esquerda, sobretudo no Nordeste, com a confirmação de que Fernando Haddad será o candidato apoiado por Lula.
Aliado apenas ao nanico Avante – o PSB, que ele cortejava, declarou-se neutro, em acordo com o PT – Ciro Gomes vai para a campanha com uma chapa pura do PDT. Sua vice é a senadora Kátia Abreu (TO), 56 anos, que tem a trajetória parlamentar ligada ao agronegócio e já passou por PFL, DEM, PSD e MDB, do qual foi expulsa por criticar o governo de Michel Temer.
Geraldo Alckmin (PSDB)
Governador de São Paulo por quatro vezes, Geraldo Alckmin (PSDB), 65 anos, disputará pela segunda vez a Presidência da República – ele foi derrotado por Lula em 2006, quando teve menos votos no segundo turno do que no primeiro.
O tucano patina nas pesquisas de intenção de voto, tem 6% da preferência, conforme o levantamento VEJA/Ideia Big Data, e aposta no amplo arco de alianças que costurou para crescer. Alckmin recebeu o apoio dos cinco que compõem o chamado Centrão (PP, DEM, PRB, PR e Solidariedade), além de PTB, PPS e PSD, e terá cerca 40% do tempo da propaganda eleitoral em rádio e TV. Sua vice, avalizada pelo Centrão, é a senadora Ana Amélia (PP-RS), de 73 anos.
Guilherme Boulos (PSOL)
O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, 36 anos, mantém a tradição do PSOL em lançar candidatos à Presidência da República desde que o partido foi criado, em 2004, a partir de dissidências do PT. Antes dele, concorreram pela legenda Heloísa Helena, em 2006, Plínio de Arruda Sampaio, em 2010, e Luciana Genro, em 2014.
Com 1% na pesquisa VEJA/Ideia Big Data, Boulos entra na disputa com uma chapa puro-sangue psolista e tem a líder indígena Sônia Guajajara, 44 anos, como vice.
Henrique Meirelles (MDB)
Depois de 24 anos, o MDB voltará a ter um candidato à Presidência da República. O nome escolhido pelo partido, um neoemedebista, é o do ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, 72 anos, filiado ao partido em abril.
Em campanha, Meirelles terá como principal obstáculo sua ligação com o impopular presidente Michel Temer, reprovado por 82% da população, conforme o Datafolha, e de cujo governo ele foi ministro entre maio de 2016 e abril de 2018. Com 2% das intenções de voto na pesquisa VEJA/Ideia Big Data, Meirelles tentará, por outro lado, ressaltar que foi o economista escalado tanto por Lula quanto por Michel Temer para postos-chave em momentos delicados da economia. Aliado apenas ao nanico PHS, o ex-ministro terá como vice o ex-governador do Rio Grande do Sul Germano Rigotto (MDB), de 68 anos.
Jair Bolsonaro (PSL)
Capitão da reserva do Exército, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ), de 63 anos, é o representante do conservadorismo e da direita com maior potencial eleitoral na disputa deste ano. Sem Lula entre os candidatos, é ele quem lidera as pesquisas de intenção de voto à Presidência, com 19% da preferência, conforme pesquisa VEJA/Ideia Big Data divulgada no final de julho.
Depois de três negociações frustradas pela indicação de seu companheiro de chapa – com o senador Magno Malta (PR-ES), a advogada Janaina Paschoal e o “príncipe” Luiz Philippe de Orleans e Bragança – formou-se uma chapa puro-sangue militar, com o general da reserva Hamilton Mourão, de 65 anos, na vice de Bolsonaro. O partido de Mourão, o nanico PRTB, é o único aliado do candidato do igualmente diminuto PSL na eleição.
João Amoêdo (Novo)
O candidato do Partido Novo à Presidência, João Amoêdo (LAILSON SANTOS/VEJA)
O Partido Novo não fez aliança para a eleição presidencial. Natural do Rio de Janeiro, Amoêdo, 55 anos, é formado em engenharia civil e administração. Foi diretor executivo do Banco BBA Creditanstalt, presidente da Finaústria CFI, vice-presidente e membro do Conselho de Administração do Unibanco e integrante do Conselho de Administração do Banco Itaú BBA e do Conselho de Administração da empresa João Fortes Engenharia. Fundou o Partido Novo com membros da sociedade civil, que passam por processo seletivo para se tornarem candidatos. É casado e tem três filhas. Declarou patrimônio de R$ 425 milhões.
Vice: Professor Christian (Novo)
João Goulart Filho (PPL)
João Vicente Goulart, filho do ex-presidente João Goulart (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Pela primeira vez na disputa para a Presidência da República, não fez coligação. João Goulart Filho, 61 anos, é poeta, filósofo, escritor e fundador do Instituto João Goulart, dedicado à pesquisa histórica e à reflexão sobre o processo político brasileiro. Filho do ex-presidente João Goulart, conhecido como Jango, deposto em 1964 pelo golpe militar, o candidato adotou o nome político em homenagem ao pai. Foi deputado estadual no Rio Grande do Sul pelo PDT, partido que trocou pelo PPL. É autor de Jango e Eu: Memórias de um Exílio sem Volta, indicado ao Prêmio Jabuti. Declarou patrimônio de R$ 8,6 milhões.
Vice: Léo Alves
José Maria Eymael (DC)
Ey, Ey, Eymael - O candidato democrata-cristão: “Quem vier, eu traço” (Lailson Santos/VEJA)
Pela quinta vez, disputa as eleições presidenciais. A Democracia Cristã não fez aliança para a eleição presidencial. Natural de Porto Alegre, Eymael, 78 anos, cursou filosofia e direito na Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio Grande do Sul. É empresário há 46 anos nas áreas de marketing, comunicação e informática. Começou a trabalhar aos 12 anos de idade como auxiliar de tipografia. Mais tarde, foi um dos líderes da Juventude Operaria Católica (JOC). Em 1962, ingressou no Partido Democrata Cristão (PDC) em Porto Alegre, passando a atuar na Juventude Democrata Cristã. Declarou patrimônio de R$ 6,1 milhões.
Vice: Helvio Costa (DC)
Lula (PT)
(Nelson Almeida/AFP)
Líder nas pesquisas de intenção de voto, embora preso e enquadrado na Lei da Ficha Limpa por ter sido condenado em segunda instância na Operação Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de 72 anos, foi oficializado na corrida presidencial nesta quarta, último dia do prazo. Eleito em 2002 e reeleito em 2006, Lula teve registrado como candidato a vice-presidente o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, de 55 anos.
Com o provável indeferimento do registro da candidatura do ex-presidente pelo TSE, o que deve ocorrer até, no máximo, o dia 17 de setembro, Haddad deve ser o candidato do PT à sucessão do presidente Michel Temer (MDB). A vice, neste caso, será a deputada estadual pelo Rio Grande do Sul Manuela D’Ávila, do PCdoB, que abriu mão de sua candidatura à Presidência para aguardar a decisão da Justiça Eleitoral sobre o titular da chapa petista. Além dos comunistas, o PT tem em sua coligação o PROS.
Marina Silva (Rede)
Foto: Rodrigo Ziebel/ Frame Photo/ Estadão conteúdo
Foto Ro
Em sua terceira tentativa de chegar à Presidência – foi derrotada ainda no primeiro turno em 2010 e 2014 – a ex-ministra e ex-senadora Marina Silva(Rede), de 60 anos, disputará a primeira eleição ao Palácio do Planalto liderando a Rede Sustentabilidade, partido que ela idealizou e ganhou vida em 2015. Nos pleitos anteriores, ela estava filiada a PV e PSB, respectivamente.
Com o chamado “recall” das eleições anteriores, Marina aparece logo abaixo de Bolsonaro nas pesquisas eleitorais. No levantamento VEJA/Ideia Big Data, ela marcou 11% das intenções de voto sem Lula no páreo. Seu vice é o médico Eduardo Jorge, de 68 anos, filiado ao único partido aliado à Rede de Marina Silva, o PV. Jorge disputou a Presidência em 2014.
Vera Lúcia (PSTU)
Vera Lúcia - Romerito Pontes/Direitos Reservados
Chapa "puro sangue", o PSTU não fez aliança para a eleição presidencial. Operária da indústria calçadista, com trajetória no movimento sindical e popular, Vera Lúcia, 50 anos, nasceu no sertão pernambucano e se mudou ainda criança para Aracaju, com a família, fugindo da seca. Na capital sergipana, trabalhou como garçonete e datilógrafa antes de conseguir um emprego na fábrica de calçados Azaleia, onde iniciou a militância sindical. É formada em ciências sociais pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) e se dedica atualmente à formação política de ativistas. Declarou patrimônio de R$ 20 mil.
Vice: Hertz Dias (PSTU)
Fontes: https://veja.abril.com.br/
http://agenciabrasil.ebc.com.br
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