Header Ads

ANS suspende venda de 26 planos de saúde de 11 operadoras; veja lista

Medida foi tomada baseada nas reclamações dos usuários dos planos de saúde; Beneficiários que já utilizam os convênios médicos não serão afetados
shutterstock
A suspensão das vendas dos planos de saúde foi baseada nas queixas sobre cobertura e demoras de atendimento

Já está valendo a regra que suspende temporariamente a comercialização de 26 planos de saúde de 11 operadoras definida pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A medida entrou em vigor nesta segunda-feira (10) e foi tomada a partir das elevadas queixas relativas à cobertura assistencial.


Ao todo, 26 planos de saúde contam com 75.500 beneficiários. Nenhum deles serão afetados. Segundo a ANS, os usuários terão a assistência regular garantida. No entanto, para que os planos voltem a ser comercializados para novos clientes, as operadoras deverão comprovar melhorias no atendimento.

As reclamações foram analisadas a partir do Monitoramento da Garantia de Atendimento, que avalia os serviços oferecidos e os comentários registrados pelos beneficiários dos convênios nos canais da ANS.

Nessa etapa, foram consideradas as queixas sobre cobertura e demoras de atendimento no segundo trimestre de 2018. Veja abaixo o gráfico com os temas mais frequentes entre as queixas dos usuários.Reprodução/ANS
Perfil das reclamações assistenciais dos planos de saúde no período analisado

No trimestre compreendido entre 1º de abril a 30 de junho de 2018, a ANS recebeu 17.171 reclamações de natureza assistencial. Desse total, 16.189 foram consideradas para análise pelo Programa de Monitoramento.

No período, 93,2% das queixas foram resolvidas pela mediação feita pela ANS via Notificação de Intermediação Preliminar (NIP), garantindo respostas aos problemas dos consumidores.

De acordo com a ANS, o objetivo da suspensão é também estimular que as operadoras qualifiquem o atendimento prestado aos consumidores.

Veja a lista completa dos 26 planos que serão suspensos:

SALUTAR SAÚDE SEGURADORA S/A 

Salutar Clássico Adesão Enfermaria Sem Co-Part ou Franquia 

EXECUTIVO 

Salutar Clássico Empresarial Enf Sem Co-Part ou Franquia 

Especial Adesão sem Coparticipação sem Franquia 

Executivo Adesão sem Coparticipação sem Franquia 

SAÚDE SIM LTDA 

Sim Exato Ade RI ESC 

Sim Certo Ade R1 ESC 


UNIMED ANGRA DOS REIS COOPERATIVA DE TRABALHO MEDICO 

UNIPLAN COLETIVO ENF

UNIMED NORTE/NORDESTE-FEDERAÇÃO INTERFEDERATIVA DAS SOCIEDADES COOPERATIVAS DE TRABALHO MÉDICO 

COLETIVO POR ADESÃO PLUS 

COLETIVO POR ADESÃO ENFERMARIA 

COLETIVO POR ADESÃO APART 

COLETIVO POR ADESÃO 

COLETIVO POR ADESÃO BÁSICO - UNNE 

Coletivo Empresarial - Referência 

AMI - ASSISTÊNCIA MÉDICA INFANTIL LTDA 

Master I - Enfermaria 

Ouro I - Enfermaria 

PAME - ASSOCIAÇÃO DE ASSISTÊNCIA PLENA EM SAÚDE 

Rubi 210 DF 

Rubi 310 

SAFIRA 207 

SAMOC S.A. - SOCIEDADE ASSISTENCIAL MÉDICA E ODONTO CIRÚRGICA 

Ambulatorial Hospitalar S/Obstetrícia Individual - RJ 

GAMEC - GRUPO DE ASSISTÊNCIA MEDICA EMPRESARIAL DO CEARÁ LTDA. 

Plano Standard VIP 

AMENO ASSISTÊNCIA MÉDICA S/S LTDA. 

PLANO REGIONAL GLOBAL 

SAUDE CASSEB ASSISTENCIA MEDICA LTDA 

Saúde Casseb Praia de Jauá Enfer sem Coparticipação 

Saúde Casseb Praia de Ondina Apart sem Coparticipação 

COOPUS PLANOS DE SAÚDE LTDA 

130.1.3 IF 

130.1.3 

Paralelamente, houve a reativação de 20 planos de 11 operadoras, que estão liberados para comercialização.

96% dos beneficiários dos planos de saúde não estão satisfeitos
shutterstock
Demora na marcação de exames é uma das maiores queixas sobre os planos de saúde

A maioria dos usuários dos planos de saúde não estão satisfeitos com os serviços oferecidos pelas operadoras. Um levantamento divulgado em julho deste ano mostrou que 96% dos beneficiários relataram algum tipo de problema na utilização do serviço nos últimos dois anos. O percentual é maior do que o verificado na última pesquisa, em 2012, quando 77% dos entrevistados apresentaram queixas.

O estudo foi feito pela Associação Paulista de Medicina (APM) e mostrou que as consultas médicas e os exames foram os serviços mais usados pelos usuários dos planos de saúde e os que mais registraram problemas.

Nas consultas médicas , as dificuldades passaram de 64% para 76%. No caso dos exames passaram de 40% para 72%. Foram entrevistadas 836 pessoas, entre 25 de abril e 2 de maio deste ano.

Segundo os dados, entre os pacientes que tiveram dificuldade nas consultas, o principal problema apontado é a demora na marcação (60%), seguido da saída do médico do plano (37%) e da falta de médico para as especialidades (23%).

Com relação aos exames, 42% disseram que tiveram que realizar em lugares diferentes, 39% reclamaram da demora para a marcação, 38% apontaram para o fato de haver poucas opções de laboratórios e clínicas, 31% disseram que houve demora para a autorização de algum procedimento e 22% disseram que o plano não cobriu algum exame ou procedimento.

“Foi um crescimento muito grande quando se trata de uma área tão crítica quanto o sistema de saúde principalmente considerando que são pessoas que pagam pelo atendimento. É um número inaceitável”, avaliou o diretor da associação, Florisval Meinão.

“Com relação às dificuldades, os números querem dizer que as empresas trabalham com uma lógica comercial. Elas buscam trabalhar com redes muito restritas para atendimento e essa rede é insuficiente para garantir o atendimento. Daí essa demora na marcação de consultas e exames”, completou.

Com relação ao pronto atendimento, os usuários relatam que o local de espera estava lotado (76%), que o atendimento demorou muito (59%), que houve demora ou negativa para realização de exames ou procedimentos (34%) ou demora e negativa na transferência para internação hospitalar (12%).

Sobre as internações, 37% afirmaram ter poucas opções de hospitais, 26% tiveram dificuldade ou demora para o plano autorizar a internação e 16% se depararam com falta de vaga para internação. Com relação às cirurgias, 18% enfrentaram demora para a autorização, 9% não tiveram cobertura para materiais especiais e 8% não tiveram autorização dos planos de saúde.

“A situação que me parece mais grave é a do pronto atendimento. As pessoas não têm uma rede suficiente e têm sua situação agravada. Eles procuram as unidades de atendimento de urgência. A demora e a espera são muito grandes, as dificuldades para a realização de exame nesses locais também é grande, o paciente precisa internar e não consegue internação. Fica uma situação muito difícil para quem vive um problema agudo”, disse Meinão.


Como consequência do atendimento deficitário dos planos de saúde , a quantidade de usuários que foi obrigada a procurar o Sistema Único de Saúde (SUS) passou de 15% há seis anos para 19% em 2018. Já aqueles que viram como única opção o atendimento particular passaram de 9% para 19%.

Nenhum comentário

Tecnologia do Blogger.