Diplomação de Zema, vice, senadores e deputados eleitos por Minas é marcada por vaias e troca de socos
Placa de 'Lula Livre' deu início à confusão; senador Aécio Neves (PSDB), eleito deputado federal, não compareceu ao evento.
A diplomação do governador eleito, Romeu Zema (Novo), do vice-governador, Paulo Brant (Novo), dos senadores eleitos, Rodrigo Pacheco (DEM) e Carlos Viana (PHS), dos 77 deputados estaduais e 53 federais chegou a ser suspensa na noite desta quarta-feira (19) após troca de socos entre políticos. A cerimônia foi realizada no Palácio das Artes, no Centro da capital mineira.
A briga começou por causa de uma placa de 'Lula Livre' levada pela deputada Beatriz Cerqueira. Quando a placa estava com Rogério Correia (PT), o cabo Junio Amaral (PSL) a arrancou das mãos dele. Os dois trocaram socos.
Pouco antes, já havia gritos da plateia que se alternavam entre: "Lula Livre" e "Respeito ao público, ladrão é na cadeia". Enquanto isso, Coronel Sandro (PSL), usava as mãos e fazia mímica como se estivesse armado.
No meio da confusão, Romeu Zema foi embora. Quando a cerimônia foi retomada, a deputada eleita Margarida Salomão recebeu seu diploma com uma outra placa de "Lula Livre". Rogério Correia também usou a placa para receber seu certificado. Após a confusão o governador retornou a cerimônia.
Ao fim da diplomação, os três deputados envolvidos na confusão conversaram com jornalistas sobre o ocorrido.
"Então eu lamento alguém ter arrancado a placa da forma que foi. Porque o parlamento é o lugar da pluralidade e não da imposição de um pensamento único. Eu não sei a identificação. Foi uma mulher que me pareceu ser do cerimonial. É importante que vocês identifiquem a pessoa eu não a conheço. Foi ela que pegou. Quem rasgou, que amassou, ai eu já não vi", contou Beatriz sobre o começo da confusão. O G1 questionou o TRE sobre quem seria a mulher do cerimonial que tomou a placa da deputada e quem deu essa orientação a ela e aguarda um retorno.
“Eu estava com uma placa de “Lula livre” que é um direito meu de manifestação. Um deputado que deve ser neo-fascista tentou arrancar das minhas mãos. Eu reagi porque a placa era minha. Ele tentou me alcançar com um soco. É o risco que nós estávamos dizendo de práticas neo-fascistas no Brasil. Onde não se aceita a democracia. Ele podia trazer a placa que quisesse. Nós não vaiamos ninguém. Nós apenas defendemos ideias. E eles procuraram vaiar e agredir”, contou Rogério Correia, que foi interceptado pelo deputado do PSL e então ocorreu a confusão.
“A partir do momento que eles trazem essa manifestação, pior, fora da vez dele, levanta fica exibindo esse outdoor. Tem outra menina ali que integra o comando vermelho lá, tava estendendo o tempo todo. O pessoal pediu muitas vezes. Então se não tem ordem, a gente vai lá e resolve. E ai ele achou o que, que eu ia ficar na minha depois que ele tentasse me acertar um soco. Onze anos na polícia eu nunca tive medo de vagabundo não vai ser agora não”, disse Cabo Junio (PSL) que tentou tomar a placa de Rogério Correia.
Discurso de Zema
Zema é diplomado em cerimônia em Belo Horizonte — Foto: Reprodução/Globo |
Antes da confusão, Zema fez seu discurso:
"Serei o governador da união de todas as regiões de Minas", disse Zema após receber o diploma. Sobre a crise no estado, o governador disse: "Somos 853 cidades que passam por situação de quase falência. As prefeituras não recebem o que lhes é de direito. Deixo aqui meu protesto e minha indignação "
Ausência de Aécio
O senador Aécio Neves (PSDB) que foi eleito deputado federal não compareceu a diplomação. O G1 entrou em contato com a assessoria do senador para saber o motivo da ausência e aguarda um retorno.
Os também deputados federais eleitos Rodrigo de Castro (PSDB) e Welington Prado (Pros) e deputado estadual João Leite (PSDB) não foram à solenidade. Eles poderão buscar os diplomas no Tribunal Regional Eleitoral (TER), na Coordenadoria de Registro, Propaganda e Anotações Partidárias, das 13h às 17h, a partir desta quinta-feira (20).
De acordo com o TSE, o nome do candidato; a indicação da legenda do partido político ou da coligação pela qual o candidato concorreu e o cargo para o qual foi eleito ou a sua classificação como suplente devem constar no documento.
Homenagem a Marielle e vaias
Na entrada da diplomação, a deputada federal Aurea Carolina (Psol) fez uma homenagem à vereadora assassinada no Rio de Janeiro Marielle Franco, que era do mesmo partido. Marielle foi morta em março junto com seu motorista, Anderson Gomes, e o crime continua sendo investigado. Nesta semana, um miliciano que teria relação com o assassinato foi preso.
Aurea chegou a ser vaiada por causa da placa em homenagem a Marielle.
Fonte: https://g1.globo.com/
Nenhum comentário
Postar um comentário