Bolsonaro congela plano de emergência contra crise do coronavírus para agradar Guedes
O presidente voltou atrás com o plano dos militares para evitar o desgaste com a demissão de Guedes
Paulo Guedes e Bolsonaro em frente ao Palácio da Alvorada (Reprodução)
O presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido-RJ) congelou o programa Pró-Brasil, um plano de desenvolvimento que prevê gastar R$ 215 bilhões em obras públicas. Os recursos tentam conter a crise do coronavírus.
O objetivo é agradar o ministro da Economia, Paulo Guedes, que tomou conhecimento do plano dos militares, e não gostou nem um pouco, um dia antes do anúncio feito pelo general Walter Braga Netto (Casa Civil).
Após os desgastes com a demissão do ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, e para evitar novas crises, Bolsonaro disse nesta segunda-feira (27) que Guedes tem a palavra final sobre economia.
O ministro chamou o programa de “PAC da Dilma”. Segundo ele, o plano não sairia do papel como anunciado, não sem estourar o teto.
O mercado especula desde sexta-feira em torno de uma possível saída de Guedes do governo por não ter sido consultado sobre o Pró-Brasil. O plano contraria sua política liberal.
Em reunião no Palácio da Alvorada nesta segunda, Bolsonaro tratou de descartar os rumores sobre a saída do seu Posto Ipiranga. “O homem que decide economia no Brasil é um só, chama-se Paulo Guedes. Ele nos dá o norte, nos dá as recomendações e o que nós realmente devemos seguir”, disse.
Na reunião, Bolsonaro afirmou que novas ações do governo que tenham impacto na economia só vão prosperar após o aval de Guedes.
Bolsonaro ressaltou que todos os ministros podem estudar programas e dar as ideias que quiserem. A decisão final, porém, é de Guedes.
Para técnicos da pasta, ao menos por enquanto, está descartada uma intervenção mais forte da ala militar na política econômica, com manutenção da linha liberal e reformista no pós-pandemia.
Nos bastidores, entretanto, até mesmo assessores de Guedes afirmam que haverá um “caminho do meio”. Seria uma alternativa que combinará obras públicas com medidas estruturantes.
Participaram do encontro, além de Guedes, a ministra Tereza Cristina (Agricultura), o ministro Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), o ministro Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União) e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Com informações da Folha
Fonte: https://revistaforum.com.br/
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