Em dia de recorde de mortes, Bolsonaro questiona o uso de máscaras
Nesta quinta-feira (25), quando o país bateu recorde de mortes diárias por covid-19, o presidente da República, Jair Bolsonaro, usou sua live semanal para questionar o uso de máscaras. Sem apresentar qualquer comprovação científica, ele afirmou:
Bolsonaro disse que não entraria em detalhes sobre o tema porque "tudo deságua em críticas em cima" dele e que "aguarda um estudo mais aprofundado sobre". Raramente o presidente usa máscara em eventos públicos, mesmo quando há aglomeração. Desde o início da pandemia Bolsonaro adota discurso negacionista, defendendo o uso de remédios ineficazes contra a covid e criticando medidas de isolamento social.
Segundo o Ministério da Saúde, só nesta quinta, 1.541 pessoas morreram no país vítimas do novo coronavírus. Porém, o consórcio de veículos de imprensa - criado em meio à falta de transparência do governo federal na divulgação dos dados sobre a pandemia - informou que foram ainda mais vidas perdidas: 1.582 em 24 horas. O grupo de veículos apura os dados diretamente com os estados.
Além de não embasar o questionamento sobre o uso das máscaras, Bolsonaro contraria orientação de seu próprio governo. O Ministério da Saúde recomenda o uso da proteção facial como uma das principais formas de combater a disseminação do novo coronavírus.
"O indivíduo que está com a COVID-19, ao falar, tossir ou espirrar pode espalhar este vírus, por isso a necessidade de distanciamento de pelo menos 1 metro de distância entre as pessoas e da adoção das demais medidas como uso de máscara, higienização frequente das mãos, manutenção dos espaços limpos e ventilados, não frequentar locais com aglomeração de pessoas, entre outras", orienta a pasta.
A eficácia da máscara na proteção da população é defendida inclusive pela Organização Mundial da Saúde (OMS):
A declaração de Bolsonaro foi duramente questionada por parlamentares. Veja algumas das manifestações publicadas nas redes sociais:
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