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Governo negou 3 ofertas da Pfizer por vacina em 2020, perdendo milhões de doses. Propostas da farmacêutica norte-americana e do Butantan previam entregas a partir de dezembro de 2020

Patrick T. Fallon/Divulgação
Pfizer teve três propostas de vacinas recusadas pelo governo de Jair Bolsonaro

O governo de Jair Bolsonaro rejeitou no ano passado três ofertas da farmacêutica norte-americana Pfizer , deixando de obter pelo menos 3 milhões de doses em meio à escassez de vacinas contra a Covid-19 e impossibilitando que a vacinação começasse ainda em 2020. O volume, que tinha entrega prevista até fevereiro, equivale a cerca de 20% das doses já distribuídas no país até o momento.

Nesta semana, o Ministério da Saúde anunciou que pretende comprar doses da vacina da Pfizer, quase sete meses após a primeira oferta apresentada pela empresa, que previa que as primeiras entregas fossem feitas ainda em dezembro do ano passado, antecipando o calendário, que começou de fato quase um mês depois no Brasil.

Das três propostas feitas pela Pfizer antes da que o governo diz ter aceito agora, embora ainda não haja nenhum contrato assinado, duas previam vacinas sendo aplicadas já em dezembro, quando o imunizante da fabricante norte-americana passou a ser aplicado em outros países, como Reino Unido e os EUA. A terceira proposta previa entrega das vacinas em janeiro. A primeira proposta feita pela Pfizer ocorreu em 14 de agosto de 2020 e previa a apliacação de 500 mil doses em dezembro do ano passado, segundo a Folha de S.Paulo . Até junho, era prevista a entrega de 70 milhões de doses, mas o governo recusou e, com isso, atrasou todo o processo.

Agora, a proposta que o Ministério da Saúde diz ter aceito tenta negociar com a empresa entregas a partir do mês de maio. As recusas iniciais, portanto, atrasaram por meses as entregas e aplicações de milhões de doses da vacina aos brasileiros, que hoje veem o número de casos e mortes aumentar por todo o país, sistemas estaduais de saúde colapsarem e novas medidas restritivas serem tomadas.

O governo federal, agora, muda o tom e tenta mostrar que busca negociar a compra das doses de vacinas. Até o momento, no entanto, as doses contratadas imunizariam somente 65% da população , percentual considerado insuficiente para a chamada imunização coletiva. A lentidão da campanha nacional impressiona, e governadores e prefeitos buscam negociar a compra de vacinas diretamente com fabricantes, o que incomoda Bolsonaro.

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A exemplo da Pfizer, o Instituto Butantan também teve propostas recusadas pelo governo federal. Hoje, a Coronavac é responsável por pelo menos 78% das vacinas aplicadas no Brasil.

Confira em detalhes as propostas da Pfizer ao governo brasileiro

Primeira proposta, de 14 de agosto de 2020:

•500 mil doses em dezembro de 2020;
•1,5 milhão de doses em janeiro ou fevereiro;
•5 milhões de doses no segundo trimestre;
•33 milhões de doses no terceiro trimestre; e
•30 milhões de doses no quarto trimestre.

Segunda proposta, de 18 de agosto de 2020:

•1,5 milhão de doses em dezembro de 2020;
•1,5 milhão de doses em janeiro ou fevereiro;
•5 milhões de doses no segundo trimestre;
•33 milhões de doses no terceiro trimestre; e
•29 milhões de doses no quarto trimestre.

Terceira proposta, de 11 de novembro de 2020:

•2 milhões de doses em janeiro/fevereiro;
•6,5 milhões de doses no segundo trimestre; e
•61,5 milhões de doses, meio a meio, nos terceiro e quarto trimestres​.

Proposta de 15 de fevereiro, aceita segundo o Ministério da Saúde:

•2 milhões de doses em maio;
•7 milhões de doses em junho;
•10 milhões de doses em julho;
•10 milhões de doses em agosto;
•10 milhões de doses em setembro;
•20 milhões de doses em outubro;
•20 milhões de doses em novembro; e
•21 milhões de doses em dezembro.

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