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ONU: Brasil tem 3º nível mais alto de HIV entre usuários de drogas injetáveis


Segundo relatório sobre drogas da Organização das Nações Unidas, Brasil fica atrás apenas da Estônia e da Argentina

O relatório anual das Nações Unidas sobre o consumo de drogas no mundo aponta o Brasil como um dos países com o maior índice de portadores do vírus HIV entre usuários de drogas injetáveis. Pelo menos 48% desses usuários estariam infectados com o vírus da Aids no país. 

De acordo com a ONU, os únicos países com índices mais altos são a Estônia (72%) e a Argentina (50%). Segundo o relatório, no mundo todo cerca de 17,9% dos usuários de drogas injetáveis são portadores do HIV, o equivalente a 2,8 milhões de pessoas. “Em geral, a maior concentração de infectados são pessoas marginalizadas ou presos em penitenciárias”, aponta o documento. 

Existe uma grande variação geográfica em relação a esses números. Os países com o maior número de usuários portadores de HIV se encontram majoritariamente na América Latina, no leste Europeu e no sudeste asiático. Juntas, essas três regiões somam 73% do número global de infectados que usam drogas injetáveis. Ainda assim, o relatório aponta que os índices do Brasil, Estônia e Argentina são “extremamente altos”.

Dados 

O governo brasileiro, porém, afirma que o número correto seria em torno de 8%. Mas não aceitou fornecer pesquisas comprovando o dado aos autores do relatório da ONU. “Nos últimos anos, o Brasil realmente tem feito um esforço muito grande para diminuir o contágio de HIV entre usuários de agulhas e seringas. Por isso nós consideramos possível que o número de soropositivos seja menor do que 48%, mas para reconhecermos oficialmente o dado, temos de ter acesso às pesquisas que comprovam este fato”, explicou Thomas Pietschmann, autor do relatório.

O relatório do escritório da ONU contra Drogas e Crimes (UNODC) também aponta o Brasil, juntamente com a Costa Rica e a Argentina, como um dos principais países onde medicamentos legais são utilizados como drogas, como estimulantes ou alucinógenos.

“O problema das substâncias sintéticas e do uso de comprimidos legais para outros fins, que não o do tratamento de pacientes, é ainda mais grave porque são substâncias vendidas em todas as farmácias, ou seja, não envolvem tráfico, e por isso podem ser ainda mais difíceis de combater”, disse o diretor geral do escritório, Yuri Fedotov, ao apresentar o relatório em Nova York.

Segundo a ONU, o uso abusivo de medicamentos na América do Sul chega a atingir entre 0,3% e 0,4% da população adulta, quase um milhão de pessoas entre 15 e 64 anos. No Brasil, esse percentual é ainda mais alto, chegando a 0,5% da população adulta. Em relação à cocaína, o Brasil apresenta o maior número de usuários em toda a América do Sul, com 900 mil pessoas computadas, principalmente usuários entre 18 e 35 anos.


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