A TV é tão nociva para as crianças quanto cômoda para os pais
Não há evidência científica de que os vídeos contribuam para o desenvolvimento infantil
Foto: Getty Images
Crianças e TV: mínima exposição é a recomendação de todas as pesquisas, apesar da percepção positiva dos pais brasileiros
A sociedade brasileira cultua tanto a televisão que algumas pessoas ficam bravas quando surge um novo argumento para reduzir a exposição de crianças à TV. Foi assim com a recente notícia publicada pelo Delas. Ao noticiar a recomendação da Academia Americana de Pediatria para evitar a exposição de menores de 2 anos ao vídeo, a maior parte dos comentários criticou a pesquisa e defendeu o uso da televisão por bebês.
Acompanho com interesse as notícias sobre o tema porque considero a televisão nociva demais para as crianças. Os profissionais da saúde e da educação que entrevisto constantemente são unânimes em criticar os pais que deixam os filhos por conta da televisão. Criei duas filhas quando a Xuxa era considerada a babá-eletrônica daquela geração, mas nunca a Rainha dos Baixinhos assumiu essa função lá em casa. Há mais de 20 anos, mantinha as meninas o máximo possível afastadas da TV. Com o mais novo, que está com quase quatro anos, faço a mesma coisa. Acho impossível não ver nunca, mas é possível ter bom senso para dosar e reduzir ao mínimo o tempo de exposição e o papel da televisão na vida das crianças.
Essa discussão parece estar mais adiantada nos Estados Unidos, de onde veio a recente pesquisa, do que por aqui. Um exemplo é que a Disney foi obrigada a parar de vender os programas “Baby Einstein” como educativos, porque não há evidência científica nenhuma de que os vídeos contribuam para o desenvolvimento infantil.
A série foi considerada imprópria para a educação de bebês pela Associação Americana de Pediatria. Essa foi uma vitória na batalha liderada pela educadora e psicóloga Susan Linn, criadora da Campanha por uma Infância Livre de Comerciais (Campaign for a Commercial Free Childhood) e autora dos livros “Crianças do Consumo – A Infância Roubada” e “Em Defesa do Faz de Conta”. Acompanhei exposições dela aqui no Brasil, promovidas pelo Projeto Criança e Consumo do Instituto Alana.
Susan Linn explica que os programas infantis minam a brincadeira livre, fundamental para o bom desenvolvimento. Expostas constantemente à televisão, as crianças se apaixonam pelos personagens e querem todos os produtos relacionados a eles. Com isso, as brincadeiras tornam-se menos criativas, pois as crianças apenas imitam o que veem na tela. “Se as crianças estão apenas imitando, isso não é brincar de verdade”, disse.
Acompanho com interesse as notícias sobre o tema porque considero a televisão nociva demais para as crianças. Os profissionais da saúde e da educação que entrevisto constantemente são unânimes em criticar os pais que deixam os filhos por conta da televisão. Criei duas filhas quando a Xuxa era considerada a babá-eletrônica daquela geração, mas nunca a Rainha dos Baixinhos assumiu essa função lá em casa. Há mais de 20 anos, mantinha as meninas o máximo possível afastadas da TV. Com o mais novo, que está com quase quatro anos, faço a mesma coisa. Acho impossível não ver nunca, mas é possível ter bom senso para dosar e reduzir ao mínimo o tempo de exposição e o papel da televisão na vida das crianças.
Essa discussão parece estar mais adiantada nos Estados Unidos, de onde veio a recente pesquisa, do que por aqui. Um exemplo é que a Disney foi obrigada a parar de vender os programas “Baby Einstein” como educativos, porque não há evidência científica nenhuma de que os vídeos contribuam para o desenvolvimento infantil.
A série foi considerada imprópria para a educação de bebês pela Associação Americana de Pediatria. Essa foi uma vitória na batalha liderada pela educadora e psicóloga Susan Linn, criadora da Campanha por uma Infância Livre de Comerciais (Campaign for a Commercial Free Childhood) e autora dos livros “Crianças do Consumo – A Infância Roubada” e “Em Defesa do Faz de Conta”. Acompanhei exposições dela aqui no Brasil, promovidas pelo Projeto Criança e Consumo do Instituto Alana.
Susan Linn explica que os programas infantis minam a brincadeira livre, fundamental para o bom desenvolvimento. Expostas constantemente à televisão, as crianças se apaixonam pelos personagens e querem todos os produtos relacionados a eles. Com isso, as brincadeiras tornam-se menos criativas, pois as crianças apenas imitam o que veem na tela. “Se as crianças estão apenas imitando, isso não é brincar de verdade”, disse.
Brincadeira criativa é criar algo do nada, a partir do que vem de dentro da criança. Os pais devem escolher brinquedos que estimulem a participação criativa da criança. “Os melhores brinquedos são aqueles que são 90% a criança e 10% o brinquedo”, completou.
O prejuízo para o desenvolvimento mental e emocional é grande quando o tempo da criança é gasto em frente à televisão. “O brincar é a fundação do aprendizado, da criatividade, da resolução construtiva de problemas, da habilidade para dar continuidade a projetos e de ter autocontrole e retardar gratificações”. Para desenvolver tudo isso e aprender a lidar com a vida, com o mundo e com os seus próprios sentimentos, as crianças precisam dar asas à imaginação, precisam inventar as suas próprias brincadeiras.
Um estudo norte-americano apontou que quanto mais o bebê fica em frente à televisão, mais resiste a desligar o aparelho quando chega aos seis anos de idade. No Brasil, crianças de zero a 12 anos passam, em média, quase cinco horas por dia em frente à TV (Ibope/2008). Imagine o estrago! Quanto tempo roubado de atividades ricas para a formação dessas crianças.
Os pais não podem permitir que a televisão substitua o diálogo e seja o porta-voz da família, ou que ligar o aparelho seja um gesto automático: chega em casa, aperta o botão; acorda, aperta o botão. Mesmo quando as crianças estão brincando, a TV permanece ligada. Isso dispersa, atrapalha a brincadeira.
Gosto muito da frase que ouvi da fonoaudióloga Flávia Benevides Foz, que recomenda o mínimo de televisão para não prejudicar o desenvolvimento da linguagem: “Na briga entre o brinquedo e a televisão, o brinquedo precisa ganhar, por mais que seja cômodo para os pais deixar a criança vendo televisão”. E só tratei aqui da televisão rivalizando com a brincadeira criativa. Se formos falar do conteúdo da TV contribuindo para o consumismo infantil, a erotização precoce, o sexismo, a obesidade infantil etc, essa discussão vai longe...
O prejuízo para o desenvolvimento mental e emocional é grande quando o tempo da criança é gasto em frente à televisão. “O brincar é a fundação do aprendizado, da criatividade, da resolução construtiva de problemas, da habilidade para dar continuidade a projetos e de ter autocontrole e retardar gratificações”. Para desenvolver tudo isso e aprender a lidar com a vida, com o mundo e com os seus próprios sentimentos, as crianças precisam dar asas à imaginação, precisam inventar as suas próprias brincadeiras.
Um estudo norte-americano apontou que quanto mais o bebê fica em frente à televisão, mais resiste a desligar o aparelho quando chega aos seis anos de idade. No Brasil, crianças de zero a 12 anos passam, em média, quase cinco horas por dia em frente à TV (Ibope/2008). Imagine o estrago! Quanto tempo roubado de atividades ricas para a formação dessas crianças.
Os pais não podem permitir que a televisão substitua o diálogo e seja o porta-voz da família, ou que ligar o aparelho seja um gesto automático: chega em casa, aperta o botão; acorda, aperta o botão. Mesmo quando as crianças estão brincando, a TV permanece ligada. Isso dispersa, atrapalha a brincadeira.
Gosto muito da frase que ouvi da fonoaudióloga Flávia Benevides Foz, que recomenda o mínimo de televisão para não prejudicar o desenvolvimento da linguagem: “Na briga entre o brinquedo e a televisão, o brinquedo precisa ganhar, por mais que seja cômodo para os pais deixar a criança vendo televisão”. E só tratei aqui da televisão rivalizando com a brincadeira criativa. Se formos falar do conteúdo da TV contribuindo para o consumismo infantil, a erotização precoce, o sexismo, a obesidade infantil etc, essa discussão vai longe...
Fonte: http://delas.ig.com.br
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