TVs deverão vir equipadas com ferramenta de interatividade a partir de 2012
Foto: Reprodução
A partir do ano que vem, a maioria dos aparelhos
de televisão fabricados na Zona Franca de Manaus deverá estar equipada
com o Ginga, uma ferramenta que permite a interatividade na TV digital
brasileira.
O programa, que é um software livre
nacional, permite que o telespectador consulte informações sobre a
programação, faça compras e acesse dados bancários pela televisão.
A consulta pública sobre as mudanças no Processo Produtivo Básico
(PPB), encerrada em outubro, prevê que pelo menos 75% dos televisores
com tela de cristal líquido devem vir com o Ginga a partir de 2012.
A
partir de 2013, todos os aparelhos terão que trazer o software. As
contribuições ainda estão sendo analisadas pela área técnica do
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e a
publicação está prevista para o início do próximo ano.
Quem
comprar os televisores com o Ginga poderá pagar até R$ 80 mais, segundo
o secretário de Serviços de Comunicação Eletrônica do Ministério das
Comunicações, Genildo Lins. Mas ele acredita que o valor poderá ser
absorvido pelas empresas. Até o fim do ano, o ministério deverá ter
autorizado a transmissão do sinal digital para todas as 400 geradoras do
país, que são responsáveis pela produção de conteúdo. A previsão é que
até 2016 todos os canais com sinal analógico já tenham sido
digitalizados.
De acordo com o secretário, foram
implementadas recentemente mudanças para agilizar a autorização da
digitalização de geradoras e retransmissoras, e a ideia é que até o
final de 2012 cerca de 3 mil processos tenham sido analisados. Depois da
autorização do ministério, os radiodifusores têm seis meses para
colocar o canal em funcionamento. “Nós vamos ser eficientes, mas isso
também vai exigir uma eficiência maior do radiodifusor”, destaca Lins.
A agilização dos processos deverá aumentar a procura das emissoras por
novos equipamentos, o que poderá também facilitar as condições de
financiamento pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico
(BNDES). “O principal argumento dos bancos é que não há demanda para
fazer linha de financiamento. Quando tiver uma demanda razoável, vamos
trabalhar para facilitar o financiamento”, diz o secretário.
O governo trabalha também na implantação do sistema de rádio digital
no país. Até o fim do ano, a equipe técnica do Ministério das
Comunicações deverá ter definido qual o melhor sistema para ser
utilizado no Brasil. Até agora, só o sistema europeu foi testado. O
americano, que também se apresentou, não mandou os equipamentos para
teste. O prazo para o envio dos equipamentos para serem avaliados
termina em março.
Depois dos testes, o governo ainda tem
que trabalhar para a implantação da indústria que irá fabricar os novos
aparelhos de rádio que receberão o sinal digital. “A posição do
ministério é que os aparelhos de rádio têm que ser produzidos no Brasil.
Vamos ver quem vai oferecer a melhor proposta para trazer a tecnologia
para cá”, ressalta Lins.
O secretário também informou que a
intenção do governo é ter, até o final de 2013, pelo menos uma rádio
comunitária funcionando em cada município brasileiro. “Isso é
democratização da informação. A comunidade local tem o direito de ter
uma voz, de se comunicar, de emitir a sua opinião”. O ministério já
lançou avisos de habilitação de rádios comunitárias para quase todas as
cidades, com exceção de seis municípios na região metropolitana de São
Paulo, por inviabilidade técnica, pois na região o espectro está muito
congestionado.
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