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Dia de Iemanjá

 
Imagem: radiodoisirmaosnaumbanda.blogspot.com
Iemanja - Rainha das águas

Dia dois de fevereiro é dia de festa no mar, como diz a canção de Dorival Caymmi, feita em homenagem a Iemanjá. Mito que atravessou o Atlântico, vindo da África, ele se instalou na cultura brasileira e se transformou em sinônimo de tolerância, esperança e carinho. Festejada no país do sincretismo por gente de todas as religiões, classes sociais e níveis culturais, Iemanjá é a rainha das águas salgadas e espécie de padroeira afetiva do litoral brasileiro.
Iemanjá, também conhecida como "Rainha do Mar" é um orixá africano, e faz parte da religião do candomblé e de outras religiões afro-brasileiras. Dia 2 de fevereiro é a maior festa de Iemanjá, onde milhares de pessoas se vestem de branco e vão até o tempo para depositar oferendas, como espelhos, joias, comidas, perfumes e outras coisas.

Inicialmente, o Dia de Iemanjá era comemorado em conjunto com a Igreja Católica, porque dia 2 de fevereiro também é dia de Nossa Senhora da Conceição. Porém, nos anos 60, houve uma reação da Igreja, que começou a considerar a celebração um culto pagão, e atualmente a data conta com devotos do candomblé e da umbanda, em sua maioria.

Origem do Dia de Iemanjá

Filha de Olokun, Iemanjá nasceu nas águas. Teve três filhos: Ogum, Oxossi e Exu.
Conta a lenda que Ogum, o guerreiro, filho mais velho, partiu para as suas conquistas; Oxossi, que se encantara pela floresta, fez dela a sua morada e lá permaneceu, caçando; e Exu, o filho problemático, saiu pela mundo.
Sozinha Iemanjá vivia, mas sabia que seus filhos seguiam seus destino e que não podia interferir na vida deles, já que os três eram adultos.
Comentava consigo mesma:
- Ogum nasceu para conquistar. É bravo, corajoso, impetuoso. Jamais poderia viver num lugar só. Ele nasceu para conhecer estradas, conquistar terras, nasceu para ser livre. Exu, que tantos problemas já me deu, nasceu para conhecer o mundo e dos três é o mais inconstante, sempre preparado surpresas; imprevisível, astuto, capaz de fazer o impossível, também nasceu para conhecer o mundo. Oxossi, meu querido caçula, bem que tentei prendê-lo a mim, mas no fundo sabia que teria seu destino. Ele é alegre, ativo, inquieto. Gosta de ver coisas belas, de admirar o que é bonito e é um grande caçador. Nasceu para conhecer o mundo também e não poderia segurá-lo...
Iemanjá estava perdida em seus pensamentos quando viu que, ao longe, alguém se aproximava. Firmou a vista e identificou-o: era Exu, seu filho, que retornara depois de tanto tempo ausente. Já perto de seu mãe, Exu saudou-a e comentou:
- Mãe, andei pelo mundo mas não encontrei beleza igual à sua. Na conheci ninguém que se comparasse a você!
- O que está dizendo, filho? Eu não entendo!
- O que quero dizer é que você é a única mulher que me encanta e que voltei para lhe possuir, pois é a única coisa que me falta fazer neste mundo!
E sem ouvir a resposta de sua mãe, Exu tomou-lhe à força, tentando violentá-la. Uma grande  luta se deu, pois Iemanjá não poderia admitir jamais aquilo que estava acontecendo. Bravamente, resistiu às investidas do filho que, na luta, dilacerou os seis da mãe. Enlouquecido e arrependido pelo que fez, Exu “caiu no mundo”, sumindo no horizonte.
Caída ao chão, Iemanjá entre a dor, a vergonha, a tristeza e a pena que teve pela atitude do filho, pediu socorro ao pai Olokun e ao Criador, Olorun. E, dos seus seios dilacerados, a água, salgada como a lágrima, foi saindo, dando origem aos mares.
Exu, pela atitude má, foi banido para sempre da mesa dos Orixás, tendo como incumbência eterna ser o guardião, não podendo juntar-se aos outros, na corte.
Iemanjá que, deste modo, deu origem ao mar, procurou entender a atitude do filho, pois ela é a mãe verdadeira e considerada a mãe não só de Ogum, Exu e Oxossi, mas de todo o panteão dos Orixás.


 Fontes: http://dofonodelogum.sites.uol.com.br
               http://sobreisso.com

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