ELEIÇÕES 2014: Presidenciáveis trocam farpas e acusações em temas polêmicos como aborto, homofobia e corrupção
Corrupção e homofobia foram tema de debate
Reprodução
Os candidatos à Presidência da República trocaram farpas e acusações sobre homofobia, legalização do aborto e da maconha, política financeira e corrupção na Petrobras durante o último debate entre os presidenciáveis antes do primeiro turno das eleições. O evento aconteceu na noite desta quinta-feira (2), no Rio de Janeiro, com a presença de Marina Silva (PSB), Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB), Luciana Genro (PSOL), Levy Fidelix (PRTB), Eduardo Jorge (PV) e Pr. Everaldo (PSC).
Os atritos acontecem no mesmo dia em que o Datafolha mostrou que Aécio encostou em Marina em uma possível ameaça de tirá-la do segundo turno.
A três dias das eleições, Marina ainda revelou uma nova proposta: o 13º salário para beneficiados pelo Bolsa Família. Em entrevista após o debate, promovido pela TV Globo, Marina disse que a proposta seria apresentada por Eduardo Campos em entrevista que antecedeu o acidente de avião que o matou, mas que o então presidenciável preferiu fazer mais cálculos antes de apresentá-la. Para Marina, um possível aumento da arrecadação obtido com medidas como a redução dos juros permitirá a adoção da proposta.
Na primeira oportunidade, Aécio questionou Marina sobre a presença da candidata do PSB no PT durante a crise do mensalão. Marina, que se referiu ao tucano como vossa excelência, respondeu que nunca se rendeu à corrupção e lembrou acusações de prática do mensalão para aprovação da reeleição no governo de Fernando Henrique Cardoso.
Aécio rebateu dizendo que a acusação nunca foi comprovada e afirmou que Marina nomeou no Ministério do Meio Ambiente nomes derrotados nas urnas.
Em outro embate, em que se discutia fator previdenciário, Aécio foi irônico afirmando que Marina "muda de posições a todo o tempo". A candidata do PSB rebateu dizendo ter apresentado um plano de governo para o crescimento do País, enquanto Aécio revelou seu programa "na última semana, quando não havia mais tempo para o debate".
Pesquisa Datafolha revelou nesta quinta-feira (2) que Dilma segue liderando a corrida presidencial, com 40% das intenções de votos, e que o candidato Aécio Neves (PSDB) conseguiu empatar com Marina Silva - o tucano tem 21% dos votos e a ex-senadora 24%. Como a margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos, os dois estão em empate técnico. O instituto ouviu 12.022 entrevistados nestas quarta (1º) e quinta (2).
O chamado "mensalão tucano" também foi lembrado pela candidata do PSOL Luciana Genro. A gaúcha ainda acusou Aécio de fazer aeroporto em terras de parentes com dinheiro público em Minas Gerais. O tucano rebateu dizendo que a acusação era "leviana" e que todas as obras foram feitas para atender à população mineira.
Sobre denúncias de corrupção envolvendo a Petrobras, a candidata Dilma Rousseff (PT) reiterou que demitiu o ex-diretor Paulo Roberto Costa. Ao citar ata do conselho da Petrobras, Aécio Neves disse que o ex-diretor renunciou ao cargo e recebeu elogios pelos serviços prestados à estatal. Dilma negou ter mentido sobre o episódio e afirmou que o ministro de Minas e Energia sugeriu que Costa fizesse uma carta de demissão.
Polêmica sobre homofobia
O debate, promovido pela TV Globo, também foi marcado por cobrança dos candidatos Eduardo Jorge (PV) e Luciana Genro (PSOL) para que Levy Fidelix (PRTB) pedisse desculpas à comunidade GLBT após declarações consideradas homofóbicas durante o debate da TV Record no domingo passado.
Para Eduardo Jorge, Fidelix "extrapolou limites" e "agrediu a população brasileira". Em resposta, o candidato do PRTB disse que Eduardo Jorge não tem "moral nenhuma" para criticá-lo, em referência ao fato de Jorge defender a legalização da maconha.
Na avaliação de Fidelix, Jorge faz apologia ao crime ao propor que "o jovem consuma maconha". O candidato do PV rebateu defendendo a importância do diálogo a respeito da legalização da maconha.
Fidelix justificou que tem uma visão cristã de família e que acredita que ela deva ser composta por homem, mulher e filhos, com base na Constituição Federal. Ele ainda evocou o direito à livre expressão de ideias.
- Me envergonha você, cara. Você faz apologia às drogas [maconha] e a entrada para todas as demais drogas.
Luciana Genro afirmou que Fidelix incitou o ódio contra a comunidade gay. Ela comparou as declarações dele aos discurso de nazistas contra judeus.
- Tu apavorou, chocou, ofendeu e humilhou com discurso homofóbico (...) A homofobia não é crime no Brasil. Tu deverias ter saído algemado diretamente pra prisão. Deverias pedir perdão aos milhões que ofendeste.
Durante o debate da Record, transmitido pelo R7, no último domingo (28), foi a candidata Dilma Rousseff (PT) que virou alvo da ex-senadora e do tucano em temas como corrupção na Petrobras e a economia do País.
A petista usou um direito de resposta, por exemplo, para lembrar que foi ela quem demitiu o ex-diretor Paulo Roberto Costa, e a própria Dilma reconheceu que “foi o centro do debate”. Já Marina Silva defendeu sua equipe de campanha em um eventual governo, que “nasceu em berço de ouro e tem compromisso com a justiça social”.
Pesquisas eleitorais
Nas últimas pesquisas eleitorais do Ibope e do Datafolha, Dilma Rousseff aumentou a vantagem sobre seus concorrentes em ambas os levantamentos — agora são 16 pontos à frente de Marina no primeiro turno.
A surpresa das pesquisas, porém, foi Aécio Neves. No Datafolha, o tucano marcou 21% contra 24% de Marina Silva — o que configura empate técnico, porque a margem de erro é de dois pontos percentuais. No Ibope, porém, a vantagem ainda é de Marina: 24% contra 19% do tucano.
Outra surpresa, em simulações de segundo turno, Dilma Rousseff vence tanto Marina Silva como Aécio Neves em ambas as pesquisas. No Datafolha, o placar fica 48% contra 41% da ex-senadora — mesmos números contra o tucano. No Ibope, Dilma tem 43% contra 36% de Marina, e a petista derrotaria o tucano com um placar de 46% a 33%.
Fonte: http://noticias.r7.com/
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