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Se Cunha aceitar impeachment, governo recorrerá ao STF

Imagem: http://www.otempo.com.br

Se o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, aceitar dar seguimento a um pedido de abertura de processo de impeachment contra Dilma Rousseff, o governo deverá recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal).

A primeira reação tende a ser um novo recurso de deputados do PT ao Supremo Tribunal para tentar impedir que o processo siga adiante. O governo avalia que teria chance de obter uma decisão favorável a fim de impedir ou atrasar a instalação de uma comissão especial na Câmara.

Aliados do presidente da Câmara dizem que ele poderá dar seguimento ao novo pedido de impeachment elaborado pelos advogados Hélio Bicudo e Miguel Reale Jr., que é o documento no qual a oposição aposta para tentar derrubar a presidente da República.

A segunda reação do Palácio do Planalto seria se preparar para uma eventual votação. Há visões distintas no governo.

Alguns acham que o governo tem de evitar a votação, porque isso poderia dar impulso a pressões da opinião pública a favor do impeachment, criando uma onda política. Outros avaliam que a fraqueza de Cunha ajudaria o governo a votar e enterrar de vez essa ameaça.

Apesar do agravamento da situação política e jurídica de Cunha, a aceitação de um pedido de impeachment continua a ser uma possibilidade. No começo da semana passada, o peemedebista já não tinha capital político para sustentar um pedido de impeachment diante do que se sabia das revelações sobre contas na Suíça. De lá para cá, as provas apareceram.

Se Eduardo Cunha aceitar dar seguimento a um pedido de impeachment agora, será claramente uma saída diversionista. Impedimento não pode ser usado pelo presidente da Câmara como um escudo político contra as acusações de corrupção que pesam contra ele.

Nesse sentido, se aceitar o novo pedido dos advogados Bicudo e Reale Jr., Cunha dará ao ato um ar de pura manobra para tentar sair dos holofotes. Acontece que a gravidade das provas não vai permitir que Cunha seja esquecido. E dar seguimento a um pedido de impeachment pode até acelerar as articulações por sua saída da presidência da Câmara.

Se Cunha perder sustentação política dos líderes partidários, poderá ter de analisar a saída do comando da Câmara. Há uma série de projetos que precisam ser votados neste ano.

A Câmara não pode ficar paralisada porque Cunha resiste a deixar o cargo. Se isso acontecer, o processo de cassação no Conselho de Ética poderá ganhar celeridade.

Eduardo Cunha é muito resistente. Tem dito que não pretende deixar o comando da Câmara porque se enfraqueceria no Conselho de Ética. Parece que isso mudou nos últimos dias. A permanência do peemedebista na presidência da Câmara não tem mais como se sustentar politicamente.

Hoje, é apenas a manutenção do trunfo de poder usar a carta do impeachment. Já uma saída poderia permitir um processo de defesa mais tranquilo no Conselho de Ética. Cunha desconfia dessa solução. Mas insistir em ficar na presidência só vai aumentar o isolamento político do peemedebista.

KENNEDY ALENCAR 
BRASÍLIA

Fonte: http://www.blogdokennedy.com.br/

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