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Líder do governo no Senado é preso na Operação Lava Jato

Delcídio do Amaral (PT-MS) é o primeiro senador da República a ser preso no exercício do cargo, sob acusação de obstruir investigações; o banqueiro André Esteves também foi detido
Divulgação - 19.11.2015
O senador da República fez parte da diretoria de Gás e Energia da Petrobras durante governo FHC
A Polícia Federal prendeu o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), líder do governo no Senado, na manhã desta quarta-feira (25). Ele foi detido por agentes no hotel onde vive em Brasília, o mesmo onde agentes da corporação detiveram o pecuarista José Carlos Bumlai na véspera, também como parte dos desdobramentos da Operação Lava Jato.

A prisão foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), instância da Justiça que julga autoridades com foro privilegiado, caso de parlamentares. É a primeira vez que um senador da República é preso no exercício do cargo. Além do senador, foram presos o chefe de gabinete do parlamentar e um de seus advogados, além do banqueiro André Esteves, sócio do banco BTG Pactual. AoiG, o Partido dos Trabalhadores e seus advogados afirmaram que ainda não tinham um posicionamento oficial a respeito da prisão de Amaral até a publicação desta matéria.

A detenção do senador foi autorizada após o Ministério Público Federal apresentar evidências de que Amaral tentava atrapalhar as investigações sobre a Lava Jato. Segundo a TV Globo, o filho de Cerveró alega ter uma gravação em que Amaral oferecia ao ex-diretor ajuda para fugir do Brasil para que ele não prestasse depoimento de delação premiada. Ainda de acordo com o canal, o senador teria ofertado um pagamento de R$ 50 mil por mês à família de Cerveró para não citar seu nome em depoimentos.

A prisão do senador é preventiva, sem data para expirar, quando a Justiça decide que, entre outros, há risco de o investigado obstruir investigações, fato grave. O STF se reúne para definir se ele continuará detido.

O Palácio do Planalto afirmou que um dos vice-líderes do governo no Senado deve assumir interinamente o posto de Amaral. Os nomes são Hélio José, Paulo Rocha, Wellington Fagundes e Telmário Mota.

Em nota, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que a Casa "adotará as medidas que entender necessárias" após reunião com líderes partidários e com a Mesa Diretora, ainda nesta quarta-feira. 

A BTG afirmou que "está à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos necessários e vai colaborar com as investigações.” 

Investigações
Parte da diretoria de Gás e Energia da Petrobras entre 2000 e 2001, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, Amaral foi citado em delações premiadas feitas à Justiça Federal na operação que investiga desvios da Petrobras.

Em depoimento, o ex-diretor da Área Internacional da Petrobrás Nestor Cerveró, que teria sido indicado por Amaral para o cargo, acusou o senado de participar de um esquema de desvio de recursos relacionado à compra da refinaria de Pasadena, comprada pela estatal de forma superfaturada.Jefferson Rudy/Agência Senado - 24.11.2015
O senador Delcidio do Amaral durante sessão parlamentar no Senado na véspera de sua prisão
A refinaria de petróleo ganhou o apelido de "ruivinha", alcunha revelada em depoimento pelo diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, em referência ao fato de ter sido adquirida completamente enferrujada. A compra causou prejuízo de mais de US$ 790 milhões ao erário público, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU).

Também em delação premiada, realizada em outubro, o lobista Fernando Baiano afirmou ter pago propina de entre US$ 1 milhão e US$ 1,5 milhão a Amaral para que ele ajudasse na aprovação da compra da refinaria. 

O nome do senador chegou a ser citado em março por Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, que teria ouvido falar que Amaral recebeu propina na época em que era diretor de Gás e Energia da Petrobras. Na ocasião, no entanto, o STF arquivou a investigação sobre ele.

Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/

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