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“Avisaram que seria um pouso normal”, diz sobrevivente do avião da Chape

O técnico de voo Erwin Tumiri revelou em entrevista a TV que não seguiu protocolo de segurança durante queda de avião “Não disse nada disso”
Reprodução/TV Globo
Sobrevivente Erwin Tumiri falou pela primeira vez após o trágico acidente que matou 71 pessoas

Um dos seis sobreviventes da tragédia com o avião que levava o elenco da Chapecoense, comissão, jornalistas, convidados e tripulantes e deixou 71 mortos, o técnico de voo boliviano Erwin Tumiri, revelou que não seguiu os protocolos de segurança no momento em que a aeronave caiu, como havia sido informado pelo jornal boliviano La Razón. Ele ainda disse que o aviso dado foi que seria feito um pouso normal.


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"Avisaram que iríamos pousar, um pouso normal. (Sobre o protocolo de segurança) Não disse nada disso para a imprensa. É a primeira vez que estou falando com a imprensa. Ninguém percebeu que ia cair. Todos estavam prontos para pousar, normal. Em nenhum momento fiz isso (ficar na posição fetal). Era a preparação para um pouso normal", disse o sobrevivente em entrevista ao programa "Fantástico", da "TV Globo".

O técnico da LaMia, empresa boliviana, disse também que chegou a questionar o porquê do avião não parar para reabastecer na cidade de Cobija, no norte da Bolívia, pois, segundo ele, este reabastecimento já estava previsto.

"Nós, como técnicos, fazemos o pré voo. Temos uma lista de checagem do que é preciso fazer no avião. Fiz o relatório de que íamos até Cobija. No momento da decolagem, eu voltei a perguntar: 'Vamos até Cobija?'. Aí ele(piloto Miguel Quiroga) me disse: 'não, nós vamos direto até Medellín'", continuou.


As primeiras investigações divulgadas pelas autoridades colombianas apontaram que a aeronave caiu por causa de uma pane seca, isto é, falta de combustível. É sabido ainda que o avião voou no limite de autonomia, mas mesmo assim, Tumiri evitou fazer críticas a Miguel Quiroga, uma das 71 vítimas fatais.

"As coisas são na base do 'é assim que tem de ser'. Que essas decisões não sejam tomadas de maneira tão individual. Acho que a tripulação teria de saber. Teria de ser tudo dividido", afirmou.
Pânico no voo

Surgiram algumas informações de que houve tumulto ou pânico entre os passageiros antes da queda, o que foi negado por Erwin.

"Eu estava falando com o técnico (Caio Júnior) e ele estava me ensinando a falar português. Quando disseram ‘afivelem os cintos, vamos pousar', todos voltaram para as suas poltronas. As luzes se apagaram e começou a vibrar. Pensei que era do pouso, mas não foi. Apenas ouvi e não me lembro de mais nada. Depois me levantei do chão", disse.

"No momento do acidente era como um pesadelo, porque nem eu mesmo acreditava. Acordei e pensei: ‘O que aconteceu aqui?’. O que fiz foi pegar minha lanterna, iluminar e gritar por socorro. Comecei a piscar a lanterna para que me vissem. Ximena (outra sobrevivente) estava a cinco metros de mim, eu estava com o rosto no chão e levantei assustado”, revelou.


“Levantei de repente e corri em direção a ela. Ela estava presa e gritando. Quando me viu foi se acalmando e eu disse: ‘Vamos embora’. Era mato, escuro e eu pensei em ir em direção ao aeroporto. Vi muitos corpos espalhados, mas não tinha o que fazer. Eu também não via sinais de vida e, além disso, me preocupava se o avião fosse explodir. Por isso fui me afastando com Ximena", prosseguiu o boliviano, que ainda disse que pretende ir até Chapecó no futuro.

"Quero ir para Chapecó e conhecer a cidade um dia desses, porque às vezes eu sinto como se estivesse sido salvo por eles. É como se eles tivessem dado a vida deles pela minha", finalizou.

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