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TARAUACÁ: ORIGEM DO NOVENÁRIO DE SÃO JOSÉ, O PADROEIRO DO MUNICÍPIO


A direção da Igreja Católica em Tarauacá reuniu seus membros e decidiu desenvolver uma campanha com o objetivo de potencializar a festa do padroeiro do município que é o Novenário de São José. As atividades acontecem todos os anos, no final do mês de abril e se encerram no dia primeiro de maio.
A população do município de Tarauacá é essencialmente de origem nordestina e, portanto, em sua grande maioria devota de São Francisco. É tanto que o novenário de São Francisco é  o mais celebrado pelo povo(veja origem AQUI), ao contrario do novenário de São José, que não há grande participação popular, mesmo o santo tendo sido escolhido oficialmente para ser o padroeiro do município.
Na celebração da missa do último domingo pela manhã, o Padre Sylvester Boamah, ao lembrar para os fieis sobre a importância do novenário, disse que a igreja de certa forma está envergonhada, pois no último concurso público realizado no município, havia uma questão que indagava sobre o padroeiro do município e quase que a totalidade das pessoas responderam que era o São Francisco. Além disso poucas pessoas participam das celebrações realizadas no novenário.

Um grande arraial, com instalações de barracas para praça de alimentação e comercialização de outros produtos, além de shows musicais, leilão,  desfile de ‘bonecas viva’, programação de rádio, divulgação em carro de som, jantar, celebrações e uma grande procissão de encerramento fazem parte desse projeto de fortalecimento do novenário.
ORIGEM DO NOVENÁRIO DE SÃO JOSÉ – Na paróquia de São José não há registros sobre a origem do novenário de São José. De acordo com o Padre Sebastião Bonjour, responsável pela paroquia local, pouco se sabe a oficialização do santo como padroeiro do município. O que sabemos é o que conversamos com as pessoas mais antigas e os historiadores do município. “Nós queremos dar o devido valor a cada ‘santo padroeiro’ de nossa gente. O que não podemos é fazer comparações sobre a importância e a influência dos dois. São José foi escolhido pela igreja e São Francisco foi escolhido pela religiosidade do povo nordestino que, povoou nosso município e deu origem à população de Tarauacá. Então é mais um motivo de alegria o fato de temos dois padroeiros. Isso é ótimo para nossa cidade e pra nossos irmãos”, disse o padre.
Professor João Maia
Professor João Maia
De acordo com o Professor historiador Tarauacaense João Maia, existem duas possíveis hipóteses que podem explicar com tudo começou. A primeira é fato dos primeiros padres a celebrarem missas nessa região se chamavam José. O primeiro padre a celebrar uma missa em Tarauacá, por volta de 1910, foi José Vitor Fritz (Zezinho) que veio direto da Prefeitura Apostólica de Tefé no Amazonas, através das chamadas desobrigas. As desobrigas era uma pratica de grande alcance social e religioso que, na verdade era organizada, em intervalos de messes, anos, dependendo das condições de acesso, as visitas paroquiais aos distritos municipais que tivessem capelas construídas ou improvisada. Essa prática passou a ser adotada em todas as regiões da amazônia e a chamavam desobriga. Era como livrar o povo da época, das obrigações para com a Igreja. Depois do Padre “Zezinho” veio o Padre José Beshof Benge (Zezão), já designado pela Prelazia do Juruá.
A Prefeitura Apostólica de Tefé foi erigida a 23 de maio de 1910, pelo Papa Pio X, por meio da bula Cum ex nimia Diocesi Amazonum, desmembrada da então Diocese do Amazonas, hoje Arquidiocese de Manaus. Em 1931, por meio da bula Munus regendi, do papa Pio XI, cedeu parte de seu território para a criação da então Prelazia de Juruá, atualmente Diocese de Cruzeiro do Sul. Em 11 de agosto de 1950, pela bula Quum Deo adjuvante, do papa Pio XII, foi elevada a prelazia e confiada pela Santa Sé aos cuidados da Congregação do Espírito Santo. As Prefeituras Apostólicas e o Trabalho das Missões : sua importância econômica e ideológica. Veja AQUI
A segunda possibilidade sobre a origem do novenário de São José no Município de Tarauacá, Estado do Acre, relatada pelo professor João Maia, refere-se à Senhora Evangelina Valverde Vasconcelos que, teria sido a pessoa responsável pela organização das primeiras celebrações em homenagem a São José, por causa de seu marido que se chamava, Dr. José Tomaz da Cunha Vasconcelos, popular e historicamente conhecido como “Surucucú” que era prefeito do departamento, na época em 1916.
Dr. José Tomaz da Cunha de Vasconcelos
Dr. José Tomaz da Cunha de Vasconcelos
Dr. José Tomaz da Cunha de Vasconcelos, chegado a Tarauacá em 1916, como prefeito do Departamento, nomeado pelo Presidente da República. Homem enérgico e trabalhador, porém, de um autoritarismo adentrando às raias da violência, o novo governante, durante a sua gestão, procurou pôr um freio aos abusos cometidos por alguns coronéis, cuja fama de prática de maus tratos contra seringueiros era de todos conhecidos. Com tal postura, em pouco tempo, o prefeito conseguiu arregimentar contra ele a maioria dos coronéis locais, que inclusive, lhe deram logo o apelido de “Surucucu”, face a certas atitudes atrabiliárias tomadas contra tais seringalistas. Conta-se, por exemplo, que um desses coronéis, habituado que era a pôr seringueiros no tronco e açoitar, certa vez, não satisfeito apenas com essa forma de castigo, obrigou a uma de suas vítimas a correr no campo em volta do barracão, com um chocalho pendurado no pescoço, como se um burro fosse. Leia mais sobre ele AQUI.
História de São José – A devoção a São José na Igreja Católica é antiquíssima. A Igreja do Oriente celebra-lhe a festa desde o século nono, tendo os Carmelitas introduzido tal festa na Igreja ocidental. Os Franciscanos em 1399 já festejavam a comemoração do santo Patriarca. Xisto IV inseriu-a no breviário e no missal; Gregório XV generalizou-a em toda a Igreja. Clemente XI compôs o ofício com os hinos para o dia 19 de março e colocou as missões da China sob a proteção de São José. Pio IX introduziu, em 1847, a festa do Patrocínio de São José e, em 1871 declarou-o PADROEIRO DA IGREJA CATÓLICA; Leão XIII e Benedito XV recomendaram aos fiéis a devoção a São José, de um modo particular, chegando este último Papa a inserir no missal um prefácio próprio.

Nada sabemos a respeito da infância de São José, tampouco da vida que levou, até o casamento com Maria Santíssima. Os santos Evangelhos não nos dizem cousa alguma a respeito; limitam-se apenas a afirmar que José era justo, o que quer dizer: José era cumpridor da lei, homem santo.

Que a virtude e santidade de São José foram extraordinárias, vemos pela grande missão que Deus lhe confiou. Segundo a Doutrina de São Tomás de Aquino, Deus confere as graças e privilégios à medida da dignidade e da elevação do estado, a que destina o indivíduo. Pode imaginar-se dignidade maior que a de S. José que, pelos desígnios de Deus, devia ser esposo de Maria Santíssima e pai nutrício de seu divino Filho? Maria Santíssima, consentindo no enlace com o santo descendente de David, não podia ter outra cousa em mira, senão uma garantia para o futuro, uma defesa de sua virtude e uma satisfação perante a sociedade, visto que no Antigo Testamento não era conhecida, e muito menos considerada, a vida celibatária. Celebrando o contrato, Maria Santíssima certamente o fez com a garantia absoluta da pureza virginal, que por inspiração divina votara a Deus. Ao realizar-se a grandiosa obra da Encarnação do Verbo , o Arcanjo Gabriel comunicou-se o grande mistério, que nela se havia de realizar e, após pronunciar o “fiat”, consentindo sua maternidade operada pelo Espírito Santo, deixou São José em completa ignorância. Com esse consentimento, dirigiu-se à casa de Isabel, onde se demorou três meses e, de volta para casa, seu estado causou no espírito se São José as mais graves preocupações e cruéis dúvidas. A virtude e a santidade da esposa estavam acima de qualquer suspeita, não lhe permitindo explicação menos favorável. Nesta perplexidade invencível, resolveu abandonar a esposa e, quando tudo já estivesse providenciado para a partida, um Anjo do Senhor lhe aparece em sonhos e lhe diz: : “José, filho de Davi, não temas admitir Maria, tua Esposa, porque o que nela se operou é obra do Espírito Santo”. Foram assim de vez dissipadas as negras nuvens do espírito de José. Com quanto respeito, com quanta atenção não teria tratado aquela, que pela fé sabia ser o tabernáculo vivo do Messias.
Ignora-se quando São José morreu. Há razões que fazem supor que o desenlace se tenha dado antes da vida pública de Jesus Cristo. Certamente não se achava mais vivo quando seu Filho morreu na cruz; do contrário não se explicaria porque Jesus recomendou a Mãe a São João Evangelista, não tendo por isto razão, se estivesse vivo São José.
Que morte santa terá tido o pai nutrício de Jesus! Que felicidade morrer nos braços do próprio Jesus Cristo, tendo à cabeceira a Mãe de Deus! Mortal algum teve igual ventura. A Igreja com muita razão invoca São José como padroeiro dos moribundos e os cristãos se lhe dirigem com confiança, para alcançar a graça de uma boa morte.

Não existem relíquias de S. José, tampouco sabe-se algo do lugar onde foi sepultado. Homens ilustrados e versados nas ciências teológicas houve e há que defendem a opinião que S. José, em atenção a sua alta posição e grande santidade, foi, como São João Batista, santificado antes do nascimento e já gozava de corpo e alma da glória de Deus no céu, em companhia de Jesus, seu Filho e Maria, sua Santíssima esposa.

Grande deve ser a nossa confiança na intercessão de S. José. Não há pessoa, não há classe que não possa, que não deva se lhe dirigir. Santa Tereza, a grande propagandista da devoção a São José, chegou a dizer: “Não me lembro de ter-me dirigido a São José, sem que tivesse obtido tudo que pedira”.

Reflexões

São José é um dos grandes santos a que a Igreja patenteia a maior devoção e confiança. E com razão! O Esposo de Maria Santíssima, o pai putativo de Cristo, tendo recebido de Deus as mais honrosas distinções, quão caro não deve ser ao Onipotente, quanto poder não deve ter sobre o coração do Divino Filho. Recorram, pois, àquele modelo de vida oculta e contemplativa os que escolheram para si o melhor modelo de perfeição. Recorram todos a São José para obter a pureza do corpo, da alma e do espírito. Ele é o advogado dos agonizantes porque só ele, entre os mortais, teve a graça de expirar nos braços de Jesus e Maria.

Fontes de pesquisa:
 
 
 
 

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