Procuradores acusam Picciani de lavar dinheiro com venda de gado
Para os procuradores, o objetivo de Picciani era esconder aumento de patrimônio, fruto de propinas, por meio da compra subfaturada de gado
Tomaz Silva/Agência Brasil - 21.11.17
Acusado de integrar esquema de corrupção, presidente afastado da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), foi preso por determinação do TRF-2
O Ministério Público entrou com uma ação na Justiça contra duas empresas do presidente afastado da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) Jorge Picciani (MDB), por lavagem de dinheiro com a venda subfaturada de gado.
Os procuradores acusaram as empresas Agrobilara e Agrocopa por atos contra a administração pública e improbidade administrativa.
Investigações descobriram duas operações fraudulentas entre o ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Jonas Lopes de Carvalho, réu colaborador, e as empresas de Picciani.
Para os promotores, o objetivo era esconder aumento de patrimônio, fruto de dinheiro obtido com propinas, por meio da compra de gado das duas empresas.
Grande parte do dinheiro era pago por fora, mascarando o real valor do negócio. Em delação premiada, o ex-presidente do TCE admitiu ter pago por fora a soma de R$ 760 mil a Picciani, pois não teria como comprovar a posse do valor total legalmente.
O Ministério Público pediu o afastamento dos réus de funções públicas e o bloqueio de R$ 10 milhões em bens.
Ainda de acordo com os promotores, Jonas Lopes admitiu que, em setembro de 2014, adquiriu R$ 600 mil em cabeças de gado da empresa Agrobilara, mas a nota fiscal foi emitida com o valor de apenas R$ 100 mil.
Os outros R$ 500 mil foram pagos por fora, em dinheiro, entregues na sede do TCE e na sua residência. Já entre agosto e dezembro de 2015, foi feita uma negociação semelhante com a Agrocopa. Ele comprou 70 cabeças de gado por R$ 450 mil, mas a nota fiscal foi emitida em R$ 187,9 mil.
O MP quer a dissolução compulsória das empresas e multa de até 20% do faturamento bruto do último exercício anterior ao da instauração do processo administrativo.
Procurada, a defesa de Picciani não se manifestou até a publicação desta matéria.
* Com informações da Agência Brasil
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