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Educação vai incluir peixe na merenda escolar e vê risco à saúde por causa de espinhas

Foto: Reprodução

Determinação do governador Gladson Cameli deverá fazer com que a Secretaria de Educação, nas primeiras licitações para aquisição de produtos para a merenda escolar, com previsão para serem realizadas entre os meses de maio e junho deste ano, incluam o peixe como um dos itens adquiridos. A decisão governamental busca duas medidas imediatas: melhoria no cardápio e reforço nutricional dos estudante e também uma injeção de recursos financeiros na economia local, já que a aquisição de produtos para a merenda escolar envolve grandes somas de dinheiro público, na casa dos milhões. A não-inclusão do pescado na merenda escolar era justificada por governos passados por causa das espinhas que poderiam causar danos à saúde dos estudantes, com riscos de engasgos, principalmente em se tratando de crianças do ensino fundamental.

Gladson Cameli determinou ao secretário de Educação, professor Mauro Sérgio Ferreira da Cruz, que passasse a estudar o problema e buscasse meios de incluir o pescado na merenda sem os riscos de danos à saúde dos estudantes. O secretário, por sua vez, determinou que a chefe do setor de alimentação escolar do Estado, Andrea Araújo, e a coordenadora administrativa do órgão, Ariane Farias, tratassem do problema.

Uma das primeiras iniciativas das técnicas sobre o assunto foi procurar os representantes da colônia de pescadores e a delegacia federal da agricultura no Acre. A primeira reunião ocorreu esta semana, entre as duas técnicas, o secretário federal de agricultura Luziel Carvalho e o representante da colônia de pescadores, Paulinho Silva. O Acre detém pelo menos 15 colônias de pescadores e uma associação, com mais de cinco mil associados, que estão fora d as licitações para a merenda e passaram a reivindicar a inclusão do peixe no cardápio e participação nas licitações para a aquisição dos alimentos. O maior número de colônias de pescadores em funcionamento no Estado está no Vale do Juruá, razão das constantes reivindicações do vereador por Cruzeiro do Sul Elenildo Nascimento (Progressistas), mais conhecido por “Elenildo da Pesca” e presidente da colônia dos pescadores locais, junto ao gabinete do governador.

“Essa questão da espinha não pode servir como entrave para não se colocar o peixe no cardápio da merenda escolar. Basta que se tenha cuidados para a retirada da espinha. Colocando-se o peixe no cardápio ganham os pescadores, porque passam a ter um cliente de peso, o Governo, através da secretaria de Educação, e os estudantes, que ganham reforço alimentar”, disse Paulinho Silva.

O delegado Luziel Carvalho concorda com a proposta. “Agradecemos ao governador Gladson Cameli e ao senhor secretário de Educação pela sensibilidade ao pleito dos nossos pescadores. A Secretaria Federal da Agricultura no Acre está dando sua contribuição para o fortalecimento das cadeias produtivas locais”, disse Carvalho.

Andrea Araújo, na condição de representante da Secretaria de Educação, disse que a utilização do peixe na merenda escolar segue também uma orientação do Governo Federal, no sentido de incentivar o uso do pescado na alimentação. “Vamos seguir a orientação, que também é do nosso governador, porque é importante a inclusão do peixe no cardápio das crianças e adolescentes pelo valor nutricional”, disse Andrea.
Reunião/Foto: Reprodução

Quanto à espinha do peixe, que colocaria em risco à saúde das crianças, com a possibilidade de engasgo, a coordenadora disse que com as devidas precauções é possível o problema pode ser evitado e lembrou que já há tecnologia que retira mecanicamente as espinhas, vísceras, peles e escamas e, com isso, o peixe pode ser oferecido na forma de hambúrgueres, almôndegas, e pode ser utilizado como recheio de tortas.

Luziel Carvalho disse ainda que, além da limpeza mecânica do peixe, que não deixaria espinhas no produto, também haverá o cuidado na escolha dos pedaços a serem com sumidos e também em relação às espécies. “O peixe a ser servido será o filé, que praticamente não tem espinhas, e as espécies escolhidas são o Caparari, Pirarucú, Surubim, Jaú, Jundiá e Filhote. A outra vantagem é que os estudantes serão alimentados com peixe fresco”, disse Carvalho.

Fonte: https://contilnetnoticias.com.br

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