TARAUACÁ: Trabalhadores em educação da Rede Municipal rejeitam proposta da Secretaria de Educação e decidem pela manutenção da greve

Professores e funcionários das escolas da rede pública municipal de Tarauacá realizaram na tarde desta sexta-feira (15) uma assembleia para avaliar uma contraproposta que a Secretaria Municipal de Educação enviou ao sindicato na última quinta-feira (14) para que os trabalhadores em educação pudessem avaliar e votar a referida contraproposta.

O presidente Lauro Benigno de Souza iniciou a assembleia agradecendo a todos pela presença e pontuando que era um momento importante, pois o secretário municipal de educação, professor Orlando Bezerra, havia encaminhado uma contraproposta para apreciação e votação conforme determinado em reunião com a Comissão de Negociação composta por trabalhadores em educação e equipe contábil, assessoria jurídica, técnicos e o prefeito em exercício Francisco Batista Feitoza.
A contraproposta incluía a possibilidade de aumento de R$ 50,00 (cinquenta reais) para o corpo docente e R$ 25,00 (vinte e cinco reais) para os funcionários de escola e a criação de Comissão para discussão sobre o PCCR, porém ainda se caso fosse aprovado pela categoria o referido aumento, o mesmo ainda condicionado a uma análise junto ao Tribunal de Contas do Estado do Acre, mediante consulta realizada pela Procuradoria Jurídica do Município.

Após a leitura da contraproposta o presidente facultou a palavra para que as pessoas pudessem opinar se aceitaríamos ou não. A funcionária de escola Cecília de Lima Paz disse que não poderíamos aceitar uma proposta dessa forma. “É um valor muito abaixo das percas salariais, considerando que ainda estamos falando da data-base do ano de 2018. Realmente uma indecência, pois não leva em consideração o esforço que fazemos nas unidades escolares, tanto nos funcionários de escola como os professores que são os principais responsáveis pela qualidade de ensino do nosso município. O Secretário quando não tinha cargo e era apenas professor tinha um discurso de lutar pelos nossos direitos e valorização. Agora fica agindo com truculência intimidando as pessoas ameaçando cortar ponto, praticando assédio moral com os trabalhadores que estão em greve” salientou Cecília.

“Fui convidada para compor a Comissão de Negociação através do SINTEAC, como representante dos funcionários de escola. Nunca havia participado dessa situação de negociação. O sindicato tem um papel importante na luta pelos nossos direitos, mas temos que nos unir e lutar pelo que almejamos, para conseguir ainda mais termos forças, pois cada um de nós é uma peça no sindicato” , disse a funcionária de escola Creuza Farias.
“No ano de 2018 não tivemos nada de aumento, e tivemos algumas percas inflacionárias considerando que tivemos ainda no final do ano um aumento nos recursos do FUNDEB de mais de dois milhões de reais. Além disso tivemos aumento exorbitante na conta de energia, gás de cozinha e vários outros itens da nossa cesta básica. Esse valor está muito abaixo do valor que queremos e não dá para aceitar”, disse o professor Edson.

“ Se voltarmos a trabalhar sem nenhum aumento, será um trabalho que não renderá, pois votaremos desmotivados, sem nenhum aumento e ficaremos sempre com isso no pensamento, o que acarretará até no desempenho escolar dos nossos alunos,” disse o professor Monteiro.
“ Como professora e associada ao SINTEAC e até mesmo como parlamentar e vereadora não só posso como devo estar presente nas assembleias do meu glorioso sindicato da educação, um instrumento de luta importante para lutar pelos nossos direitos. Como representante dos professores eleito em assembleia para compor a Comissão de Negociação estarei levando comigo o que vocês decidirem,” disse a professora e vereadora Janaína Furtada.

“Temos que tomar cuidado com algumas informações falsas que estão divulgando por aí, pois o objetivo principal é tentar dividir a categoria. Além disso querem enfraquecer o movimento com ameaça de corte de pontos. Se a prefeitura tem advogado o sindicato também tem para defender nossos direitos. Temos que nos unir cada vez mais para que possamos fortalecer cada vez mais o movimento,” disse o professor Eurico Paz.
Não havendo mais ninguém para emitir opinião sobre a contraproposta da Secretaria Municipal de Educação o presidente e vereador Lauro Benigno repetiu a proposta colocando em votação. Por unanimidade os trabalhadores em educação não aceitaram a contraproposta e ainda decidiram pela manutenção da greve geral da educação por tempo indeterminado, mas com a possibilidade de dialogar.

Semana que vem os trabalhadores em educação planejarão algumas ações mobilizando inclusive pais e alunos para que sensibilizem a administração municipal a atender as pautas solicitadas pelo sindicato.
Se a Secretaria Municipal de Educação tivesse atendido nossas reivindicações ainda no ano de 2018 não estaríamos de greve, que é uma ferramenta de luta que utilizamos como último recurso para lutar pelos nossos direitos e sermos atendidos. Portanto, pedimos a compreensão e o apoio de toda a sociedade do município de Tarauacá neste momento difícil para todos nós e importante na nossa luta organizada. Tão logo a Secretaria Municipal de Educação atenda nossas reivindicações por melhorias salariais e de trabalho retornaremos nossas atividades. Por enquanto, comunicamos aos pais, responsáveis, alunos e toda a sociedade de uma forma geral que a greve continua.
Assecom
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