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Sem embaixada, governo abandona brasileiros na Venezuela em meio a pandemia

Grupo espera repatriação há quase um mês em quarentena rígida, com falta de energia, água e comida
O analista de sistemas Thawler Andrade dos Santos, de Ponte Nova (MG), nas ruas de Caracas, na Venezuela (Foto: Reprodução/Facebook)

Um grupo de brasileiros retido na Venezuela depois da proibição de viagens pela pandemia de coronavírus não consegue retornar para casa. Eles aguardam há quase um mês uma posição do governo do Brasil sobre a repatriação, segundo o jornal Folha de S.Paulo.
O fechamento definitivo da embaixada e do consulado brasileiros na capital Caracas no último mês de março, em contexto de crise diplomática, dificulta o auxílio ao grupo. A alta no preço de alimentos na quarentena, a falta de gás, energia elétrica e água, bem como o racionamento de combustível, tornam as condições dos brasileiros ainda piores.
“Eu sabia que a embaixada ia fechar, então entrei em contato o antes que pude, mas não conseguia uma resposta. Estou buscando formas de ir embora por terra, mas seria muito burocrático conseguir viajar e não achamos gasolina suficiente. Se por ventura ficássemos sem, no meio da estrada, seria pior ainda do que ficar aqui”, disse o mineiro Thawler dos Santos, analista de sistemas de 31 anos, em entrevista ao jornal.
Natural de Pontes Novas (MG), ele fez trabalho voluntário na Venezuela, em 2015. Em 8 de março deste ano, desembarcou novamente no país para visitar a família que o hospedou naquele período e tinha passagem de retorno ao Brasil marcada para 3 de abril. A reportagem da Folha afirma ter localizado pelo menos oito pessoas na mesma situação: não residem na Venezuela e ficaram retidos no país após o início da quarentena.
Os brasileiros podem atravessar pela fronteira com Roraima, que tem a entrada de cidadãos autorizada. O problema é chegar até lá, uma vez que as entradas e saídas das cidades venezuelanas estão fechadas. O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, decretou uma quarentena rígida em 16 de março, prorrogada por 30 dias no último domingo (12).
O número de brasileiros retidos não foi confirmado pelo Ministério das Relações Exteriores. Segundo o entrevistado, o Itamaraty alega que as negociações para um voo não foram bem sucedidas devido a ausência de embaixada. Nesta semana, circulou a informação de que um avião da FAB seria enviado no próximo dia 17 de abril para buscar os funcionários do Itamaraty que ainda estão na Venezuela, mas não foi confirmado se haverá espaço para os visitantes que pediram repatriação.

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