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Assuero compartilha em grupo mensagem sugerindo desmatar a Amazônia para plantar arroz

Pecuarista diz que a manifestação em relação ao desmatamento foi uma “brincadeira”. Debate antecede visita do presidente do Conselho da Amazônia, vice-presidente Hamilton Mourão que deve inaugurar um moderno centro tecnológico de enfrentamento aos ilícitos ambientais.

Uma postagem compartilhada pelo presidente da FAEAC, pecuarista Assuero Veronez, alerta o mundo novamente para a política de desmatamento defendida por ruralistas no Acre. Em um grupo de WhatsApp formado em sua maioria por pecuaristas e madeireiros, Veronez publicou um print que falava do interesse em desmatar a floresta amazônica.

“Por mim desmatava toda Amazônia e plantava arroz”, compartilhou o presidente da FAEAC.

Questionado no próprio grupo pelos colegas, Veronez informou que a publicação foi em tom de “brincadeira, isso não é possível”, afirmou. Mas, recentemente, o representante da FAEAC aterrou um geoglifo em sua propriedade rural, localizada na rodovia do Pacífico, a BR-317 em Capixaba. Com relação a esse episódio, ele declarou que tudo não passou de um “acidente”. O caso está sendo investigado pela Polícia Federal.

Assuero lidera um grupo de pecuaristas que há duas semanas pressiona o Palácio Rio Branco com um debate de desburocratização dos processos de licenças ambientais concedidos pelo Instituto do Meio Ambiente do Acre, o IMAC, em nome do que eles classificam de “desenvolvimento”.

A entrevista coletiva que seria dada para um dos encontros que aconteceu no Palácio Rio Branco chegou a ser desmobilizada pela Secretaria de Comunicação após a divulgação da pauta. O encontro foi presidido pelo vice-governador Major Rocha.

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Em entrevista concedida a Agência de Notícias do Acre, o presidente do IMAC, advogado André Hassem, disse que todas as licenças protocoladas por fazendeiros e pecuaristas foram autorizadas dentro da legalidade.

“A demora maior dos licenciamentos é daqueles que não preenchem as formalidades requeridas pela legislação estadual e federal. Quando assumimos, havia processos parados desde 2011, hoje não há mais”, esclareceu Hassem à estatal de comunicação do Acre.

O movimento vem à baila no momento em que o Supremo Tribunal Federal, (STF) investiga a suposta paralisação, pelo governo federal, do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (Fundo Clima). A ação foi proposta por quatro partidos de oposição – PT, PSOL, PSB e Rede Sustentabilidade. O evento no STF segue até a tarde desta terça-feira (22) quando chega ao Acre, o presidente do Conselho da Amazônia, general Hamilton Mourão para inaugurar um dos mais modernos sistemas de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental, o CIGMA.

A chegada do militar e a agenda que ele vai cumprir na quarta-feira (23) com o governador Gladson Cameli não agrada o setor pecuarista que defende o fim da reserva legal nas propriedades rurais onde se concentram 25% da reserva nativa.

Mourão vai inaugurar um moderno centro tecnológico com ferramentas espaciais capaz de identificar em tempo real o ganho e a perda de cobertura florestal na Amazônia. Além disso, os equipamentos reúnem informações de satélites em uma plataforma colaborativa, facilitando a mobilização e o combate a ilicitudes florestais, entre eles, as queimadas.

Os ruralistas cobram do governo do Acre a principal bandeira de sua campanha, o agronegócio, e veem a linha dura adotada pelos órgãos ambientais como um embargo à geração de emprego e renda.

O governador Gladson Cameli vem reforçando o discurso de cumprimento das leis ambientais. Projeto idealizado pela Secretaria de Fazenda e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA) vai incentivar com recursos do ICMS ecológico, municípios que preservarem o meio ambiente.

Dados apresentados pelas instituições bancárias revelam um aumento nos financiamentos rurais em todo o estado. O licenciamento ambiental é pré-requisito para obtenção das linhas de créditos. Cerca de R$ 300 milhões foram fomentados.

Fonte: https://www.ac24horas.com/

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