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Padre Paolino denuncia devastação da floresta a Dilma



Mais uma vez  Paolino Baldassari utiliza as missivas para por a boca no trombone e denunciar o que chama de ‘manejo sustentável insustentável’. Em correspondência remetida à Presidência da República, Paolino faz mais uma vez denúncia contra a exploração de madeira no município de Sena Madureira. No primeiro trecho ele diz: “Voltei duma viagem ao Iaco, afluente do Purus e notei que a destruição da mata continua inexorável, seja de pequenos seja de grandes. Dos grandes é o chamado Manejo Florestal, que é o modo de destruir legalmente a floresta.”
O padre, que é conhecido no Acre por sua luta em defesa do meio ambiente e dos pobres do seu município, cita que “o manejo sustentável como dizem é insustentável...centenas de caminhões de 60 toneladas de toras passam acabando a floresta e a estrada 364 que custou tanto dinheiro à nação... É preciso derrubar de vez a Lei do Manejo, que é insustentável, é a causa da desgraça, qualquer rico com um pouco de dinheiro compra um pedaço de terra, vai ao Imac, retira uma licença para fazer o manejo e em pouco tempo destrói tudo”.
Em outro trecho da carta, Paolino lembra à Dilma que já falou com Marina Silva quando esta era ministra do meio ambiente. (“No passado, eu o padre Heitor falamos muito com a Marina que o manejo sustentável que tinham planejado era insustentável e era a morte da floresta. Não houve jeito de convencê-la e agora todo o povo reclama contra a destruição.Com o manejo acaba a fauna porque são derrubadas as plantas que eram a comida dos animais”)
O padre lembra ainda o tempo que está no Acre e propõe uma política de recuperação das áreas degradadas. (“São 54 anos que estou no Acre, sempre amei esta bonita floresta, que está sendo devorada pela ganância.Se deve pensar em trabalhar áreas degradadas... talvez mecanizar as pequenas associações”).
Por fim, padre Paolino diz que espera uma posição firme da presidenta do Brasil. (“Conto com a enérgica intenção da nossa presidenta Dilma nesse problema que deve ser prioridade em seu governo. Não adianta falar de outros problemas se o planeta agoniza. Sei que não tem tempo, mas escuta a voz rouca desse velho que gritou tanto em favor da floresta e continua a gritar. Que Deus possa guiar os seus passos no caminho do verdadeiro progresso”). Paolino informou que enviou outra carta, com o mesmo conteúdo, para o senador petista Aníbal Diniz.
A carta de Paolino à Presidência da República foi enviada no dia 24 de fevereiro.

Padre Paulino Baldassari, um pioneiro do Alto Purus
 
Impossível falar em Sena Madureira e sua trajetória de mais de cem anos sem tocar no nome de Frei Paulino Baldassari, conhecido simplesmente por ‘Padre Paulino’. Há mais de 50 anos ele percorre nossos rios, varadouros e igarapés mais distantes, aqui na região do Acre, levando ajuda humanitária a comunidades carentes e isoladas do município. Mais que isso, ele leva solidariedade e esperança aos que nada possuem, além da própria fé.
Italiano de nascimento, mas acreano de coração, sua trajetória se confunde com a própria história da cidade. A prova disso é que dedicou uma vida inteira à causa acreana e em especial a este município, que o acolhe como um de seus moradores mais ilustres.
Alem de cuidar da alma, Padre Paulino também dedica seus dias a cuidar de pessoas que não dispõem de condições para prover seu próprio sustento, e percorre há muitos anos esses rios, nos lugares mais distantes e excluídos, onde muitas vezes nem Estado, nem prefeitura, nem políticos chegam.
A história deste padre no Acre começa em 1954 e de lá para cá tem se dedicado exclusivamente aos pobres de corpo e de alma. O papel de Padre Paulino na Educação tem significativos resultados. Além de todos esses anos de sacerdócio dedicados ao povo de Sena Madureira, em especial ao povo dos rios Iaco, Macauã, Caeté e Purus, um de seus mais expressivos trabalhos foi a implantação da educação na zona rural.
Foi de iniciativa dele a primeira escola na zona rural do município de Sena Madureira. Algumas escolas ele próprio ajudou a construir com a colaboração da comunidade. Ele tem relevante contribuição no processo de formação da sociedade madureirense.
Do alto de seus 83 anos de idade, pelo menos 51 deles, Padre Paulino tem dedicado a esta região. Seu trabalho no combate à devastação da floresta amazônica fez com que fosse alvo de ameaças de morte durante as décadas de 80 e 90, mas sua luta hoje tem reconhecimento nacional e internacional, tanto que já foi merecedor de vários prêmios significativos devido à relevância de seu papel no cenário nacional e na mídia mundial.

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