SUS: 27% dos brasileiros vivem em cidades com índices mais baixos de qualidade dos serviços
Apenas 6,2% dos municípios têm bons serviços de saúde
Dos 5.563 municípios, 1.150 (20,7% do total) receberam pontuação
abaixo de 5, em uma escala de 0 a 10 estabelecida pelo índice. Nessas
cidades, onde a infraestrutura de saúde é classificada de alta, média ou
baixa, vivem mais de 50 milhões de brasileiros.
Mais de 70% da população (134 milhões de pessoas) estão em 4.066
cidades (73,1% do total de municípios), que receberam notas entre 5 e
6,9. Somente 1,9% – cerca de 3,2 milhões de brasileiros – reside no
grupo dos 347 municípios mais bem pontuados, que conquistaram nota
superior a 7.
Para calcular o desempenho do SUS em cada cidade do país, os
técnicos as dividiram os municípios em seis grupos, dependendo da
condição econômica e da estrutura de saúde disponível (hospital, posto
de saúde, laboratório).
O grupo 1 reúne os 29 municípios com melhor renda e infraestrutura
de atendimento, com população total de 46 milhões de pessoas. No topo da
lista, aparece Vitória, com nota 7,08. O grande número de exames para
detecção de aids (84% em 2010), alto percentual de cura de pacientes com
tuberculose (80% em 2010) e atendimento de excelência a crianças com
câncer são alguns dos indicadores que elevaram o resultado da cidade,
segundo análise de técnicos do Ministério da Saúde.
Em último lugar desse grupo está o Rio de Janeiro, com 4,33. Mesmo
com a expressiva condição econômica e com a existência de hospitais e
atendimento de referência, a baixa cobertura de assistência básica, como
equipes do Programa Saúde da Família, afetou o desempenho da capital,
conforme o diretor de Monitoramento e Avaliação do SUS do ministério,
Paulo de Tarso.
No outro extremo, o grupo 6 é formado pelas cidades que não têm
estrutura de serviços especializados, como um hospital ou
pronto-socorro, e população total de 23,3 milhões de brasileiros. A
maioria dos municípios brasileiros está nesse grupo, totalizando 2.183. A
pequena Fernandes Pinheiro, no Paraná, com 5.932 habitantes, obteve a
melhor nota (7,76) do grupo. A menor pontuação ficou com Pilão Arcado,
na Bahia, onde vivem 32.815 pessoas. O município obteve 2,5 – o pior
resultado do país.
O levantamento inédito também traz um ranking dos estados.
Santa Catarina (6,29), o Paraná (6,23) e o Rio Grande do Sul (5,9) são
os primeiros colocados. Os últimos são o Pará (4,1) Rondônia (4,49) e o
Rio de Janeiro (4,58). Além disso, apenas nove estados ficaram acima da
média do Brasil, que é 5,47.
O Sul teve o melhor resultado (6,12) entre as cinco regiões do país.
Em seguida, vem o Sudeste (5,56), o Nordeste (5,28), o Centro-Oeste
(5,26) e o Norte (4,67).
O Idsus é o cruzamento de 24 indicadores que avaliaram o acesso e a
efetividade dos serviços nas unidades públicas de saúde. Entre eles, a
proporção de gestantes com mais de sete consultas pré-natal, a
quantidade de exames preventivos de câncer de colo do útero em mulheres
de 25 a 59 anos, a cura de tuberculose e hanseníase e mortes de vítimas
de infarto.
Os dados estão disponíveis no endereço eletrônico www.saude.gov.br/idsus.
Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/
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