TSE fecha cerco a corrupção: Políticos com contas desaprovadas não poderão concorrer nas eleições de 2012
O Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) decidiu hoje (1º), por maioria de 4 votos a 3,
que os políticos com contas desaprovadas não poderão concorrer nas
eleições de 2012. Os ministros endureceram a regra das eleições de 2010,
que declarava quite o candidato que prestava contas, independentemente
de elas serem aprovadas ou não. A quitação eleitoral é uma exigência
para obtenção do registro para concorrer a um cargo.
O julgamento começou no
dia 14 de fevereiro, com o voto do relator Arnaldo Versiani, que queria
manter a regra mais branda aplicada em 2010. Ele foi seguido pelos
ministros Gilson Dipp e Marcelo Ribeiro, para quem a lei é clara ao
exigir apenas a prestação de contas. “O tribunal não pode fazer
interpretação extensiva”, disse Ribeiro.
A divergência foi aberta
pela ministra Nancy Andrighi, que defendeu a aprovação das contas como
condição para a obtenção do registro. “Entendo que não se pode
considerar quite com a Justiça Eleitoral candidato que teve as contas
desaprovadas porque isso tiraria a razão de existir da prestação de
contas. A prestação de contas seria apenas uma mera formalidade, sem
repercussão na situação jurídica do candidato”.
Para Andrighi, o
candidato que foi negligente e não observou a legislação não pode ter o
mesmo tratamento do candidato que cumpriu seus deveres. “A aprovação das
contas não pode ter o mesmo efeito da desaprovação”, resumiu. Seu
entendimento foi acompanhado pelos ministros Marco Aurélio Mello, Cármen
Lúcia e Ricardo Lewandowski. “Tratar igualmente aqueles que têm contas
aprovadas e desaprovadas feriria a mais não poder o principio da
isonomia”, disse Lewandowski.
Os ministros não
definiram, no entanto, o prazo para que a desaprovação de contas
interfira no registro. Atualmente, a Corregedoria do TSE tem o registro
de 21 mil políticos que tiveram as contas desaprovadas em eleições
anteriores. A dúvida é se um candidato que teve contas desaprovadas em
2008, por exemplo, poderia obter o registro para concorrer em 2012.
Ficou definido que a rejeição de contas relativas às eleições de 2010
deixa o político não quite, e que as outras situações serão analisadas
caso a caso.
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